Concurso de ideias ditará futuro do
antigo restaurante panorâmico de Monsanto
POR O CORVO • 17 JULHO, 2017 •
Desde o início do século, a indecisão persiste: o que fazer
com o antigo restaurante panorâmico de Monsanto? Deixado ao abandono a partir
de 2001, depois ter sido tecto para actividades tão distintas como uma
discoteca, um bingo, um escritório ou um armazém de materiais de construção, o
edifício com cerca de sete mil metros quadrados, situado no Alto da Serafina,
no coração do Parque Florestal de Monsanto, deverá ver o seu futuro decidido
por um concurso de ideias a lançar pela Câmara Municipal de Lisboa (CML). A
intenção foi manifestada pelo presidente da autarquia, Fernando Medina, na semana
passada, perante a Assembleia Municipal de Lisboa, atirando a decisão final
para o próximo mandato. Até lá, o espaço funcionará como miradouro, estando a
ser realizados trabalhos de limpeza, para ainda este verão reabrir o espaço com
tal funcionalidade.
“A nossa intenção,
neste momento, mas no próximo mandato, se viermos a manter as funções que
temos, é, em primeiro lugar, lançar um concurso de ideias sobre qual a
utilização e o destino relativamente a um equipamento desta natureza”, disse
Medina, na sessão de 11 de julho da assembleia, respondendo a uma interpelação
sobre o assunto por parte da deputada municipal Cláudia Madeira, do Partido
Ecologista Os Verdes (PEV). A eleita havia lamentado que nenhuma das
recomendações de requalificação do espaço, feitas pelo seu partido naquele
órgão, tivessem surtido efeito. “Não temos ainda projectos concretos para o
edifício, nem de uso, muito menos de arquitectura ou de execução”, reconheceu o
presidente da câmara, antes de anunciar a intenção de lançamento de um concurso
de ideias para o espaço, construído em 1968 e propriedade municipal.
As reconhecidas
qualidades paisagísticas da estrutura têm motivado, ao longos dos últimos anos,
visitas frequentes de muitos curiosos, apesar do crescente estado de degradação
– e sem as devidas condições de segurança. Algo que, garante José Sá Fernandes,
vereador da Estrutura Verde, deverá mudar dentro de semanas. “Neste momento,
está a ser tudo limpo por dentro para não criar qualquer problema. Algumas
partes serão emparedadas, para não oferecer perigo às pessoas que visitam o
local”, afirmou o autarca, garantindo que tal está ser feito “gastando muito
pouco dinheiro”. “Até ao final do mês, vão ser postos alguns gradeamentos, para
as pessoas poderem usufruir da extraordinária vista que aquilo tem. Isto poderá
acontecer em agosto, com tudo limpo e lavado. Aquilo pode ser um miradouro até
termos uma decisão sobre o que fazer lá”, disse Sá Fernandes – que, em 2009,
terá afirmado que “a reabilitação daquele elefante branco custaria 20 milhões
de euros”.
Texto: Samuel
Alemão Fotografia:
Rui Gaiola
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