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Costa afirma confiança na cadeia de
comando das Forças Armadas. E no ministro também
Primeiro-ministro diz-se “tranquilo”
com a segurança das instalações militares, após CEMGFA ter afirmado que estão a
ser tomadas as medidas de segurança necessárias.
Leonete Botelho
LEONETE BOTELHO 11 de Julho de 2017, 19:56 actualizado a 11
de Julho às 20:21
O primeiro-ministro declarou esta terça-feira “a confiança
do Governo em toda a cadeia de comando das Forças Armadas” e garantiu que todos
os chefes militares se manterão em funções, depois de terem sido “tiradas as
lições e tomadas as medidas de segurança” necessárias para que roubos como o de
Tancos não se voltem a repetir.
“O Governo fica tranquilo quando os chefes militares
asseguram ao país a segurança das instalações militares”, afirmou António
Costa, depois de ter ouvido o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas
(CEMGFA) garantir, perante os jornalistas, que “vão ser tomadas, no curto e no
médio prazo”, as medidas de segurança identificadas como essenciais.
António Costa e Pina Monteiro falavam no final de uma
reunião de duas horas e meia que juntou, na residência oficial do
primeiro-ministro, o ministro da Defesa Nacional, o CEMGFA e os três chefes dos
ramos militares para uma análise sobre as condições de segurança das
instalações militares.
Só quando questionado directamente é que o chefe de Governo
declarou apoio ao ministro da Defesa, cuja demissão tem sido pedida pelo
CDS-PP, mas também por alguns militares. “O senhor ministro tem toda a
confiança do primeiro-ministro”, afirmou Costa, insistindo nos elogios às
chefias militares. “Agradeço a hombridade com que as Forças Armadas e em
particular o chefe de Estado Maior do Exército assumiram as responsabilidades”,
afirmou.
Antes, o CEMGFA tinha desvalorizado aquilo que chamou de
"desaparecimento" de material militar em Tancos: "O material
roubado está avaliado em 34 mil euros", disse. E os lança-granadas
foguete, que considerou ser o equipamento "que mais significado tem em
termos de perigo, não tem relevância", disse: "Provavelmente não
poderão ser utilizados com eficácia porque estavam para ser abatidos".
"Depois de um soco no estômago, os chefes militares
levantaram a cabeça", tiraram "as lições que havia a tirar" e
agora as medidas de segurança que se impõem "vão ser tomadas no curto e no
médio prazo", afirmou Pina Monteiro, avisando desde logo que não iriam
revelar que medidas são essas por motivos, claro, de segurança.
"Não caímos, estamos direitos e prontos a garantir a
confiança dos portugueses nas Forças Armadas", acrescentou o CEMGFA, que
rematou com um sacudir de ombros: "A segurança nacional não é exclusiva
dos militares".
Foi a primeira vez que tanto Pina Monteiro como António
Costa falaram pela primeira vez sobre o roubo de Tancos, conhecido há quase
duas semanas. Questionado sobre se não seria tarde demais, o primeiro-ministro
considerou que não, pois assim houve tempo de fazer uma "avaliação
detalhada" e afirmou que, antes de ir de férias, tinha recebido da secretária-geral
do Sistema de Segurança Interna a garantia de que aquela ocorrência "não
teria grande impacto no risco da segurança interna, designadamente associação a
qualquer risco de actividade terrorista nacional ou internacional".
Esta reunião das chefias militares com o o ministro e o
primeiro-ministro aconteceu menos de 24 horas depois de o Presidente da
República ter oferecido um jantar ao CEMGFA e aos chefes dos três ramos, onde
Tancos foi também o prato principal.
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