terça-feira, 3 de junho de 2014

PEV exige explicações sobre parque de estacionamento no Príncipe Real



 
PEV exige explicações sobre parque de estacionamento no Príncipe Real

Marisa Soares

02/06/2014 - PÚBLICO

Grupo d' Os Verdes na Assembleia Municipal de Lisboa quer saber se o projecto não afectará o jardim e as galerias do Aqueduto das Águas Livres.

O grupo do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) na Assembleia Municipal de Lisboa pediu explicações à câmara sobre as perfurações iniciadas na semana passada na Praça do Príncipe Real e a eventual construção de um parque de estacionamento subterrâneo naquele local. Os deputados consideram que, a concretizar-se, o projecto pode pôr em causa “um dos jardins mais emblemáticos” da capital.

 O PEV quer saber se o executivo camarário tem conhecimento das perfurações e se está a acompanhar os trabalhos, em conjunto com a Direcção Geral do Património Cultural (DGPC). “Pode a Câmara de Lisboa garantir que a construção deste parque de estacionamento subterrâneo e respectivos acessos não afectará o jardim do Príncipe Real e as galerias do Aqueduto das Águas Livres?”, questionam os deputados.

Na semana passada, o grupo Amigos do Príncipe Real alertou no seu blogue para a presença de máquinas de perfuração na praça. Os membros deste movimento acreditam que a câmara se prepara para autorizar o “malfadado projecto” de parque de estacionamento, que tem já 13 anos mas foi sendo bloqueado pelo protesto de moradores e ambientalistas.

Na sexta-feira, o director-geral da empresa responsável pelo projecto, a espanhola Empark, explicou ao PÚBLICO que as sondagens visam o estudo hidrogeológico do local, para incluir no projecto que ainda há-de ser sujeito à aprovação da câmara. Paulo Nabais garantiu que a empresa tem autorização municipal para realizar as perfurações, que estão a ser realizadas com “acompanhamento permanente” dos técnicos camarários.

As sondagens hidrogeológicas foram autorizadas pela DGPC, segundo disse ao PÚBLICO fonte do gabinete de comunicação deste organismo. A 14 de Janeiro, a DGPC emitiu um despacho desfavorável ao projecto apresentado pela Empark, referindo que faltava esclarecer “cabalmente” os impactos negativos da construção do parque no Reservatório da Patriarcal, uma cisterna do século XIX, cujos pilares estão situados no subsolo do jardim. Na sequência desse despacho, a empresa apresentou um pedido para realização do estudo hidrogeológico da zona.

O PEV quer também saber se se confirma a possibilidade de uma empresa americana vir a construir mais uma cave num edifício na Rua da Escola Politécnica, de forma a albergar um parque de estacionamento público. Esta hipótese foi avançada ao PÚBLICO pelo ex-vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva, em Julho de 2012.

“Pode a Câmara de Lisboa garantir que a construção destes parques de estacionamento e respectivos acessos não afectarão a estabilidade dos centenários edifícios da Praça, muitos dos quais são património classificado?”, lê-se no requerimento assinado pelos dois deputados do PEV na Assembleia Municipal, Cláudia Madeira e José Luís Sobreda Antunes.

O partido quer também saber se os moradores e comerciantes da zona foram informados sobre os projectos e conhecer a política de mobilidade defendida pela autarquia para o eixo entre o Cais do Sodré - Príncipe Real – Rato.

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