Registos terão sido efetuados por Patrick Buisson com telefones
ou gravadores e desconhece-se por agora como alguém lhos conseguiu roubar
MIGUEL MEDINA/AFP/Getty Images
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Nicolas Sarkozy traído por conselheiro
Assessor e amigo gravou às
escondidas conversas privadas e reuniões com o então Presidente francês. Novo
escândalo em Paris.
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris
7:43 Quarta feira, 5 de março de 2014 / EXPRESSO online
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Linguagem crua, observações maldosas sobre ministros e
outras personalidades, conversas privadas, crises de nervos, intrigas e
manobras de bastidores. Patrick Buisson, conselheiro especial do ex-Presidente
Nicolas Sarkozy (2007/2012), gravou tudo às escondidas no Palácio do Eliseu e
noutros locais.
A dimensão deste escândalo até provoca vertigens. São
centenas de horas de gravações, efetuadas durante cerca de cinco anos sem que
Sarkozy o suspeitasse, que começam agora a ser divulgadas em França.
"Um escândalo, uma traição", exclamam esta manhã
várias das personalidades cujos nomes são citados nos registos sonoros.
Carla Bruni: "Vives à minha custa!"
Numa das conversas gravadas de forma manhosa pelo
ex-conselheiro que esteve ligado à extrema-direita no inicio da sua carreira
política, até se ouve Carla Bruni e Nicolas Sarkozy a conversarem de forma
relaxada da sua relação amorosa, do dinheiro que ganham, das suas casas e da
renda que Carla paga por uma delas.
"Vives à minha custa!", diz a rir Carla ao marido,
depois de se queixar por não poder assinar contratos para ganhar dinheiro no
show business devido ao seu estatuto de primeira-dama.
A transcrição de uma das gravações é publicada hoje pelo
semanário "Le Canard Enchainé " e o site Atlântico colocou esta manhã
em linha algumas delas, onde se ouvem discussões sobre uma eventual mudança de
primeiro-ministro, bem como críticas e, até, anedotas jocosas sobre alguns
ministros.
O advogado de Patrick Buisson confirmou esta manhã a
veracidade das gravações que eram, segundo ele, "simples registos de
trabalho" destinados a serem posteriormente destruídos. No entanto, o
antigo conselheiro mais influente de Sarkozy tinha veementemente desmentido a
sua existência antes das provas terem sido tornadas públicas.
Os registos teriam sido efetuados por Buisson com telefones
ou gravadores e desconhece-se por agora como alguém lhos conseguiu roubar.
Até ao momento, não foram divulgadas gravações sobre
assuntos delicados ou sensíveis provavelmente bem mais graves do que os
conhecidos desde esta manhã. Mas diz-se em Paris que o antigo amigo de Sarkozy
até terá gravado conversas telefónicas que o então Presidente teve na sua
presença com personalidades francesas e estrangeiras.
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