Artigo
ilustrativo da mentalidade do Investidor.
Ausência total do Estado no seu papel de
Regulador, muito especialmente no Alojamento Local.
Amsterdão limitou-o
a 60 dias por ano (máximo) e a partir do próximo ano, a 30 dias ( máximo).
OVOODOCORVO
Investidores
"só estão a fazer negócio e o que a lei lhes permite"
Associação de Empresas de
Mediação Imobiliária diz que moradores podem ser "condignamente"
compensados para saírem das suas casas.
ANA DIAS CORDEIRO
31 de Março de 2018, 7:42
As cidades foram
renovadas exclusivamente à custa do investimento privado quando devia ter sido
investimento público, diz Luís Lima. Na perspectiva do presidente da Associação
dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), “o
alojamento local foi o grande motor da vinda de investimento estrangeiro e de
se renovarem os centros das cidades.” Isso tem um lado negativo, acrescenta.
“Esses activos valorizaram e os portugueses dificilmente os conseguem aguentar.
Neste momento, a pressão para uns e para os outros saírem é grande.”
Mas defende o
ponto de vista do investidor: “Quem investe, vai aproveitar o que dá mais
negócio. Eu não critico os proprietários se fazem disso um negócio e agem de
acordo com o que a lei lhes permite. O Estado é que tem que fazer alguma coisa
para atenuar isso. O Estado central ou as autarquias.”
Como? “Através de
incentivos fiscais para os proprietários sentirem que o mercado do arrendamento
é um negócio mais atractivo. Só o Estado é que pode colocar activos a preços
que os cidadãos locais possam pagar. E acho bem que o faça porque tem dinheiro
para tal. A receita fiscal do imobiliário é enorme.”
No cenário
actual, “são praticamente só estrangeiros que colocam as casas para alojamento
local”, diz. “Também há apartamentos de luxo. Mas poucos: em cada 20, são três
ou quatro.” Sobre a saída quase forçada dos moradores tradicionais, diz que as
pessoas podem ser indemnizadas condignamente”. E aos que não aceitam sair e ser
indemnizado responde – “O arrendatário também tem que se convencer que a casa
não é dele.” No fim, deixa uma pergunta: “Os proprietários têm que ser agentes
sociais?”
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