quarta-feira, 18 de abril de 2018

Cafés históricos da Europa pedem uma rota europeia que passe pelas suas mesas



Cafés históricos da Europa pedem uma rota europeia que passe pelas suas mesas

Coimbra vai acolher nos dias 20 e 21 de Abril encontro internacional que pretende preservar o papel cultural destes estabelecimentos.

MIGUEL DANTAS 17 de Abril de 2018, 8:34

Os responsáveis de 23 cafés históricos de nove países vão reunir-se, nos dias 20 e 21 de Abril, na cidade de Coimbra. O encontro, que se irá realizar na Casa da Escrita, no dia 20, e no Café Santa Cruz, no dia 21, tem como mote “Os Cafés Históricos como Património Cultural”, e pretende alertar para a importância turístico-cultural que estes estabelecimentos desempenham nas cidades onde se encontram sediados.

Cinco estabelecimentos históricos portugueses estão representados neste evento, entre eles a Antiga Confeitaria de Belém — onde se confeccionam e comercializam os tradicionais pastéis —, o Café S. Gonçalo — localizado em Amarante e fundado nos anos 30 — e o Café Sta. Cruz — situado na baixa de Coimbra, e que acolherá o segundo dia deste encontro internacional. O encontro decorre na 20ª semana cultural da Universidade de Coimbra e é organizado pela Associação Europeia dos Cafés Históricos (EHICA, na sua sigla inglesa) e a Associação dos Cafés com História de Portugal (ACH).

Em Abril de 2014 foi criada a rota dos cafés de Portugal com história, que reunia mais de duas dezenas de espaços e pretendia preservar e divulgar o património constituído por estes marcos nacionais. Agora, através do encontro deste mês de Abril, a EHICA pretende replicar esse conceito a uma escala europeia. Para isso, irá propor a criação de uma rota europeia dos cafés históricos, a incluir como novo itinerário cultural do Conselho da Europa.

O fundador e presidente da EHICA é Vasilis Stathakis. O grego é proprietário do café Kipos, na ilha de Creta, que está em funcionamento há 148 anos. Para Vasilis, os objectivos da organização são claros: “Promover a cultura dos cafés históricos, as figuras históricas que os visitaram e o turismo”. Em relação ao encontro que irá acontecer em Coimbra, Vasilis diz que o principal objectivo será “dar a conhecer a associação e discutir os problemas comuns” aos cafés históricos europeus.

Majestic junta-se à EHICA
O café Majestic, situado na Rua Santa Catarina, será, ao que tudo indica, o membro mais recente da Associação Europeia dos Cafés Históricos. Numa reunião entre Vasilis Stathakis, Fernando Barrias, gerente do Majestic, e Vítor Marques (um dos proprietários do café Santa Cruz, em Coimbra e embaixador português da EHICA), ultimavam-se os preparativos da entrada do Majestic na rede europeia de cafés históricos. O Guarany, outro café histórico da Invicta, poderá juntar-se, também, à associação.

“É um prazer e uma enorme satisfação fazer parte de uma rede que reúne os grandes cafés históricos a nível internacional”, disse ao PÚBLICO Fernando Barrias, antes da reunião. O gerente do Majestic diz também que é importante a vitalidade da associação europeia, até do ponto de vista da memória: “Cada café tem as suas histórias para contar”.

Vítor Marques afirma pretender que o encontro internacional sirva de fórum de discussão: “Espero que se fale pela primeira vez do papel dos cafés históricos”. Na opinião do proprietário do Café Santa Cruz, em Coimbra, a EHICA pode ser uma ajuda à entrada dos cafés das cidades mais pequenas nos circuitos turístico-culturais.

Texto editado por Ana Fernandes

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