Marcos especiais
dos correios: monos na paisagem de Lisboa têm fim anunciado
Samuel Alemão
Texto
2 Abril, 2018
Em muitos sítios,
mostram-se apenas como evidência de uma aposta falhada. Os quiosques que, há
cerca de uma década, os CTT instalaram um pouco por todo o país, com o intuito
de servirem como marcos de correio e máquinas de venda de selos, têm vindo a
ser retirados ao longo dos últimos dois anos. Em Lisboa, ainda existem 23
equipamentos do género, muitos dos quais inactivos e degradados. Deverão,
contudo, ser substituídos por “caixas receptáculo” ou pelos tradicionais
marcos, confirmou fonte oficial da empresa a O Corvo. Surgidas como alternativa
aos tradicionais balcões da empresa postal – muitos dos quais se encontram,
entretanto, agora também em processo de encerramento -, uma parte substancial
destas infra-estruturas deixou já de ter uso.
Os “marcos
especiais”, como lhes chama os CTT, surgiram com o objectivo de aliviar as
filas em muitas estações de correios, permitindo neles realizar duas das mais
elementares tarefas: a entrega de correspondência e a compra de selos. Com o
passar do tempo, todavia, um número substancial desses equipamentos foi
deixando de estar operacional. Alguns apresentam os mecanismo de venda de selos
inactivos e crescentes sinais de degradação, vítimas de vandalização e de falta
de manutenção. Grande parte deles tem-se assumido, por isso, como “monos” na
paisagem urbana, embora ainda existam vários no activo. Mas a confusão sobre a
real operacionalidade subsiste. Tanto que, para muita gente, põe-se a dúvida
sobre se será avisado depositar ali uma carta.
Questionados por
O Corvo sobre o que pensam fazer com estas peças de mobiliário urbano que
atravancam algumas das ruas de Lisboa, os CTT assumem o fim anunciado. “Os CTT
realizaram uma análise em 2015, tendo concluído que, face à pouca procura
existente, resultou que não se justificava o incremento desta infra-estrutura
pelo que neste momento está em plano a sua gradual substituição por uma caixa
receptáculo ou marco de correio, sempre que se justifique e tal seja possível”,
informa a empresa, esclarecendo que, “atendendo à reduzida utilização que este
tipo de equipamentos”, os mesmos têm vindo a ser reduzidos nos últimos dois
anos. Nos últimos dois anos, dizem os CTT, foram retirados das ruas 19
equipamentos deste género a nível nacional, cinco dos quais na capital.
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