segunda-feira, 6 de maio de 2013

A opaca transparência de Paulo Portas.


A opaca transparência




de Paulo Portas
Editorial / Público / 6-5-2013


Eloquente como o conhecemos, Paulo Portas fez ontem um dos discursos políticos mais curiosos da crise. Explicou aos seus eleitores por que é que está "em paz com a [sua] consciência", criticou a linha dura de Vítor Gaspar e do primeiro-ministro e fez aquilo que todos os portugueses fazem: disse mal da troika. Ficámos a saber que Portas não aceita a nova contribuição sobre as pensões proposta há três dias pelo (seu) Governo, mas ficámos sem saber o que fará se "essa fronteira" for ultrapassada. Portas achou "simpáticas" as palavras de Passos da véspera, mas respondeu à simpatia com um soco: o (seu) Governo não está a negociar bem com "esses senhores" da troika, pois não conseguiu que o discurso dos líderes da troika (que defendem limites para a austeridade) fosse assimilado pelas "equipas técnicas" dessa mesma troika. Dificilmente Portas poderia ter sido mais brutal e incómodo. E mais equilibrista.



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