Metro de Lisboa vai melhorar em Julho
O ministro do Ambiente,Matos
Fernandes, garante que o serviço do Metro de Lisboa irá melhorar em Julho. Na
Redacção Aberta do Negócios, o governante adianta que as empresas de transporte
irão manter uma política de tarifário comum.
Celso Filipe Celso
Filipe cfilipe@negocios.pt
04 de abril de 2017 às 21:00
As críticas ao funcionamento do metro de Lisboa são
recorrentes. Matos Fernandes admite a justiça das mesmas e garante que o
serviço vai melhorar. "O que dissemos, desde o princípio, é que será
sobretudo a partir de Julho que vamos conseguir ter uma maior oferta. Já temos
muito avançado o processo de adaptação de 30 maquinistas. O estado de
conservação em que encontrámos as composições estava no limiar da ruptura. Nós
conseguimos que em 2016 não houvesse ruptura e ao longo deste semestre estamos,
de facto, a começar a poder ter mais composições no metro." Uma das razões
para esta melhoria será o fecho da estação de Arroios. "A partir daí
estaremos em condições de ter sempre seis carruagens na Linha Verde."
Questionado sobre se foi um erro a expansão do metro de
Lisboa para a Reboleira, o ministro do Ambiente contorna esta constatação.
"Parece-me muito evidente que o metro deve sobretudo funcionar onde existe
uma maior massa demográfica e, portanto, os metros devem ser um transporte
essencialmente do centro de cidade. Não vou dizer que foi erro nenhum, a
decisão já estava tomada. A obra estava a meio da sua construção, tem uma
amarração numa estação de caminho-de-ferro, e isso é certamente importante para
a intermodalidade, mas basta olhar para o território para ver que é sobretudo
no centro de Lisboa que existe uma maior concentração demográfica em que é
necessária ao longo do dia uma maior frequência de viagens."
A ideia de Matos Fernandes é muito simples: "Pôr mais
oferta onde há mais procura." E é isso que segundo o ministro do Ambiente
vai acontecer na extensão da Linha Amarela que está em projecto, desde o Rato
até ao Cais do Sodré, a qual abre a possibilidade, que hoje não existe, de ir
directamente do rio para o eixo central. O reforço da oferta tornará necessário
um reforço do material circulante? "Quando for feita a expansão da Linha
Amarela – e o mesmo sucederá na Linha Vermelha, quando houver financiamento, o
que não é ainda o caso, como já é público – vai ser inevitável a aquisição de
mais material circulante", responde o ministro.
Com a passagem da gestão da Carris para a Câmara de Lisboa,
parecia abrir-se a possibilidade de os utentes comprarem, apenas, o passe da
Carris ou do Metro. Matos Fernandes rejeita esta hipótese. "Aquilo a que
nos obrigamos, e isso está no memorando de entendimento celebrado com a Câmara
de Lisboa e no decreto-lei, é que Metro e Carris e, já agora, CP estão inibidas
de poder emitir títulos próprios. Ou seja, a grande aposta é mesmo a
intermodalidade e para evitar que as empresas se canibalizassem ou acabassem
por ter políticas comerciais agressivas umas contra as outras. Não obstante
terem donos diferentes, vão manter uma política tarifária comum."
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