Investidores chineses de olho no
património histórico do Estado -
Grupos de
Pequim têm vindo à Europa comprar hotéis e companhias aéreas
Portugal quer estar nesta rota de investimento
Só no ano passado saíram de Pequim 90 mil milhões de dólares
(84,4 mil milhões de euros) para serem investidos em empresas europeias.
Portugal também quer estar na rota deste investimento e, por isso, governo e
Turismo de Portugal aproveitaram uma visita oficial à China para promover as
concessões de património histórico do Estado. De lá saíram com boas
expectativas perante o forte entusiasmo destes investidores. E, não são só
chineses: o programa já motivou à volta de 300 pedidos de informação;60 vêm do
estrangeiro, sabe o Dinheiro Vivo. Além da China, o programa já foi publicitado
no Brasil e na Índia. No ano passado, os chineses adquiriram 170 empresas na
Europa, praticamente 15 compras por mês. Portugal começou por atrair estes
investidores com as privatizações da energia, depois nas finanças e seguros e,
com os vistos gold, estes investidores também se voltaram para o imobilário. No
Turismo praticamente não tem havido entrada de chineses, fenómenos que agora se
pode alterar. Na China, Ana Mendes Godinho travou reuniões com investidores
chineses em Pequim, Hangzhou e Xangai para apresentar o Revive. Oprograma foi
recebido com grande interesse e muitas perguntas. Resta saber se irão realmente
a jogo quando os concursos forem lançados. Os chineses mostraram vontade em
diversificar os seus investimentos e maior entusiasmo nos edifícios património
de maior dimensão e com proximidade ao mar, como é exemplo o Santuário do Cabo
Espichel (na foto), entre outros. Mais: o seu foco, ao contrário de outros
investidores que têm mostrado vontade em participar, não se restringe
unicamente à colocação de unidades hoteleiras, dando maior ênfase à
possibilidade de instalar centros de congressos ou exposições. Este potencial
interesse ganha nova força agora que Portugal e a China vão ficar mais
próximos, com a chegada do voo dos chineses da HNA, os que também são parceiros
da TAP, já em julho. “Éum momento crucial”, afirmou Ana Mendes Godinho. “Os
chineses que chegam a Portugal são sempre canalizados através de outra porta na
Europa, nomeadamente através de Espanha, o que leva a que passem poucas noites
em Portugal”. Em viagem à China, o destino Portugal promoveu-se junto de várias
entidades, e vai ter presença em canais como a página de viagens do Alibaba,
que conta com mais de 200 milhões de utilizadores registados. Além disso, Ana
Mendes Godinho voltou a tentar captar a indústria cinematográfica para filmar
em Portugal (como já fez na Índia) e inaugurou um novo centro de emissão de
vistos em Hangzhou, o local de onde parte o voo da HNA. A governante lembra que
procurou mostrar o potencial do programa Revive “para reabilitação do nosso
património e transformação dos nossos ativos, que estão fechados ou
desaproveitados, em ativos turísticos que sejam um motor de desenvolvimento nos
sítios onde se encontram”. Ointeresse dos chineses vai começar agora a ser
monitorizado para ver se se cumpre em futuras propostas. Ao todo, existem 30
edifícios património para concessionar por um período entre 30 e 50 anos. São
mosteiros, fortes, antigos quartéis ou conventos que pertencem ao Estado mas,
pela falta de uso e de inquilinos, têm sido condenados ao abandono – muitos
estão já em ruínas. Com o programa Revive, os ministérios da Economia e Cultura
pretendem dar uma segunda vida a este património, seja pela reabilitação feita
por privados como pela recepção de turistas. Além disso, os cofres públicos
também ganham: estima-se que o programa renda 150 milhões de euros; cinco
milhões por concessão. Neste momento, o programa Revive tem em aberto o dossier
dos Pavilhões do Parque, nas Caldas da Rainha. Mas a previsão é que ao longo
deste ano sejam lançados outros oito concursos. -
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