Lisboa: oposição critica duas torres
com dez pisos no Areeiro
Em causa estão dois edifícios que,
segundo PSD e CDS, terão um "impacto urbanístico brutal".
LUSA 27 de Abril de 2017, 19:06
Os vereadores do PSD e do PCP na Câmara de Lisboa criticaram
nesta quinta-feira a construção de duas torres no Areeiro, perto das Olaias,
cada uma com 10 pisos, destinadas a habitação e comércio, argumentando que
representarão um “impacto urbanístico brutal”.
Na reunião privada desta quinta-feira, a autarquia aprovou –
com os votos favoráveis da maioria socialista (que inclui os Cidadãos por
Lisboa), os votos contra do PSD e do PCP e a abstenção do CDS-PP – dois pedidos
de informação prévia referentes à construção de dois edifícios de habitação e
comércio na Avenida Professora Margarida Vieira Mendes, freguesia do Areeiro.
Segundo a proposta assinada pelo vereador do Urbanismo,
Manuel Salgado, em causa estão dois edifícios, um composto por 72 fogos
habitacionais e uma loja e outro por 73 fogos habitacionais e duas lojas.
Ambos têm 10 pisos acima da cota de soleira e três pisos em
cave, mas enquanto o primeiro tem uma superfície de pavimento de 8.775,56
metros quadrados, no outro este número já ascende a 9.416,65 metros quadrados,
refere o documento a que a agência Lusa teve acesso.
Ao todo, prevê-se também a criação de 188 lugares de
estacionamento: 86 referentes a um edifício e 102 referentes ao outro.
O projecto foi apresentado pela empresa Santo –
Empreendimentos Turísticos, no final de 2014, e resulta de “escrituras públicas
realizadas em 1993 e 2000” com a Câmara de Lisboa.
Em ambos os casos, “a viabilidade da execução da obra de
construção proposta depende da realização de obras de urbanização,
designadamente, alterações ao nível da estrutura viária e pedonal envolvente a
cargo dos promotores”, aponta Manuel Salgado no documento.
Falando à Lusa no final da reunião, o vereador
social-democrata António Prôa assinalou que o partido votou contra “de forma
enérgica”.
Isto porque tais construções “terão uma altura brutal e um
impacto urbanístico brutal”, significando uma “ocupação violentíssima que vai
prejudicar a qualidade daquela zona da cidade”, justificou.
António Prôa assinalou também que este projecto “conclui um
processo muito longo de litígio entre a Câmara e esta empresa, que já vem desde
a construção do edifício da autarquia no Campo Grande”.
Por seu lado, o vereador do PCP Carlos Moura defendeu que
“se está a densificar demais” aquela zona. “E, do nosso ponto de vista, não é
um urbanismo que sirva a cidade”, vincou.
Na ocasião, a autarquia aprovou também um projecto de
arquitectura para transformar o antigo cinema Odeon, encerrado desde os anos 90
do século passado, num edifício com 10 apartamentos e uma loja.
A oposição – PSD, PCP e CDS-PP – absteve-se, argumentando
que, apesar de não concordar com o novo uso, há necessidade de reabilitar o
espaço.
No encontro, foram também aprovadas, por maioria, as
propostas referentes a um pedido de licenciamento para ocupação do edifício da
antiga fábrica de azulejos que existia no interior do Quarteirão do Marianos,
freguesia da Estrela, com 43 fogos de habitação e áreas de comércio e de
estadia e a um acordo que prevê a permuta de um terreno por um prédio com a
sociedade de promoção imobiliária Jardins Expo, na qual a extinta empresa
municipal de urbanização tinha participação accionista.
Novamente adiada foi a proposta sobre a alteração das regras
de funcionamento do cargo de Provedor Municipal dos Animais, tornando-o
remunerado e a tempo inteiro, depois da demissão da voluntária que o exercia.
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