A nova cor do Palácio de Queluz
é... azul cobalto
por Marina Marques
in DN online / 7-3-2015
No verão, o pequeno Versalhes português vai revelar a cor original das
fachadas, das portas e janelas. A reconstrução do Jardim Botânico e uma
cafetaria com esplanada são outras das novidades.
Uma amostra de
azul acinzentado, recolhido por trás de um dos bustos adossados à fachada de
cerimónia do Palácio Nacional de Queluz que se abre para os jardins deu o
alerta: afinal, a cor da residência real de Verão não era o amarelo, nem o
rosa, nem tão pouco o salmão. Era azul. A descoberta aconteceu durante o
diagnóstico que a Parques de Sintra iniciou às coberturas, fachadas e cantarias
do Palácio Nacional após ter recebido a sua gestão, no final de 2012.
Seguiram-se
análises no Laboratório Hércules da Universidade de Évora que confirmaram
outras informações entretanto encontradas no âmbito da pesquisa efetuada pela
equipa dirigida por Daniel Silva: o pigmento de cor foi identificado como sendo
azul cobalto. "O azul acinzentado que encontrámos e que é referido num
livro e recriado numa aguarela que encontrámos na Torre do Tombo é normal, pois
com a chuva, o azul vai esbatendo-se", explica ao DN o diretor técnico
para o património construído da Parques de Sintra.
Apesar das
análises conclusivas e das referências históricas, a empresa reuniu ainda todos
quanto ao longo das últimas três décadas tiveram intervenção direta no Palácio,
entre técnicos, arquitetos e ex-diretores. Foi com amplo consenso que foi
decidida a nova cor a dar, para já, apenas às fachadas viradas para os jardins.
E neste momento estão em curso os testes de cor do palácio que se deve, numa primeira
fase (1747--1758) ao arquiteto Mateus Vicente de Oliveira (que foi requisitado
pelo Marquês de Pombal para a reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755)
e num segundo período (1760-1786) ao arquiteto francês Jean-Baptiste Robillion.
Mas a recuperação
em curso no palácio e jardins, um investimento de 2,8 milhões de euros não se
resume a dar uma nova cor às fachadas e às portas e janelas - que vão voltar
todas a ser verdes e algumas serão mesmo substituídas. O estudo aprofundado das
fachadas revelou ainda a existência de umas molduras, em relevo, que serão
repostas.
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