EDITORIAL / PÚBLICO
O aproveitamento político do caso
BES
DIRECÇÃO
EDITORIAL 24/03/2015 - PÚBLICO
A comissão de
inquérito ao caso BES tem sido exemplar na forma como os deputados, de todas as
cores políticas, têm conduzido os trabalhos, mostrando uma vontade genuína em
descobrir o que provocou o colapso. Mas esta terça-feira os clientes do antigo
BES acordaram com a notícia de que o presidente do PS prometia ressarcir os
lesados do BES caso António Costa vença as eleições. Claro está que o CDS e o
PSD não deixaram passar em branco as declarações de Carlos César e acusaram-no
de fazer promessas "eleitoralistas" e "irresponsáveis". Foi
um tiro no pé e Carlos César sentiu necessidade de corrigir o tiro: mais tarde
veio dizer que "o Estado não pode […] libertar o Novo Banco desse
encargo”. Ou seja, a responsabilidade afinal já não é do Estado, é do Novo
Banco. É o que dá tentar fazer um aproveitamento político de um caso que está a
ser tratado pelos deputados de uma forma sensata, fora do plano das
questiúnculas partidárias.
Estado não pode
desresponsabilizar-se perante lesados do BES, diz presidente do PS
Para o presidente do PS, "o
Estado não pode, por isso, libertar o Novo Banco desse encargo e deve obrigá-lo
a cumprir na íntegra"
Por jornal i com
agência lusa
publicado em 24
Mar 2015
O presidente do
PS afirmou hoje à agência Lusa que defende que o Estado não deve
desresponsabilizar-se de proteger quem foi induzido em erro na aquisição de
papel comercial do BES, cabendo esse encargo ao Novo Banco.
Esta posição foi
transmitida à agência Lusa após Carlos César ter sido acusado pela maioria
PSD/CDS de ter feito declarações "irresponsáveis" e
"eleitoralistas" na RTP Informação, na segunda-feira, sobre a solução
para os lesados pela aquisição de papel comercial do Banco Espírito Santo
(BES).
Perante as
críticas dos deputados Cecília Meireles (CDS) e de Carlos Abreu Amorim (PSD), o
ex-presidente do Governo Regional dos Açores admitiu que poderá não ter
explicitado bem o seu ponto de vista em matéria de lesados pela aquisição de
papel comercial do BES.
"A questão é
esta: O Estado não deve desresponsabilizar-se; o Estado tem a responsabilidade
de proteger quem foi induzido em erro e não foi alertado", sustentou.
Para o presidente
do PS, "o Estado não pode, por isso, libertar o Novo Banco desse encargo e
deve obrigá-lo a cumprir na íntegra".
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