E se as janelas transformassem
luz solar em energia elétrica? Investigadores de Coimbra estão a estudar o assunto
MARLENE CARRIÇO /
OBSERVADOR 16/3/2015
A realidade parece ainda estar longe, mas uma equipa de investigadores,
onde se destacam dois portugueses, acredita que é possível as janelas virem a
produzir eletricidade.
Uma equipa de
investigadores do LaserLab da Universidade de Coimbra (UC), com a colaboração
da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, desenvolveu um estudo que mostra
que as janelas podem transformar luz solar em energia elétrica e “de uma forma
mais eficiente e com um custo mais reduzido do que os atuais sistemas”, como os
painéis fotovoltaicos.
Pela primeira
vez, assegura a Universidade em comunicado, foi avaliado o potencial de alguns
compostos de Platina “para aplicações na transformação de energia solar em
eletricidade, através de um método sensível de calorimetria fotoacústica
(tecnologia única desenvolvida na Universidade de Coimbra)”.
A investigação,
coordenada por Patrícia Jesus, Carlos Serpa e Hugh Burrows, foi financiada pela
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo LaserLab Europe, e os
resultados deste estudo foram considerados “HOT Article” e serão capa da edição
que será publicada em julho, mas que já está disponível no site da revista
científica editada pela Royal Society of Chemistry, “Dalton Transactions”.
Segundo o
investigador Carlos Serpa, os compostos de Platina estudados “são candidatos
promissores para aplicações na conversão da energia solar em eletricidade,
porque ‘apresentam como grande vantagem a sua capacidade de intensa absorção no
visível e em parte do espectro do infravermelho próximo'”. Na prática, se
pensarmos nas cores do arco-íris, “estes compostos de Platina têm uma forte
capacidade de absorver grande parte dessas cores, especialmente a cor vermelha,
mais difícil de captar. Esta é uma característica essencial para a
transformação eficiente de luz solar em energia elétrica”.
Contudo, “o tempo
de vida do composto no estado necessário para a transformação em energia
elétrica é muito curto”, daí que sejam “ainda necessários novos estudos, que
passam pela modificação das moléculas que envolvem o átomo de Platina,
alterando assim as propriedades do composto para obter as condições mais
favoráveis à transformação da luz solar captada em eletricidade”, explica o
investigador.
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