terça-feira, 17 de março de 2015

E se as janelas transformassem luz solar em energia elétrica? Investigadores de Coimbra estão a estudar o assunto


E se as janelas transformassem luz solar em energia elétrica? Investigadores de Coimbra estão a estudar o assunto
MARLENE CARRIÇO / OBSERVADOR 16/3/2015

A realidade parece ainda estar longe, mas uma equipa de investigadores, onde se destacam dois portugueses, acredita que é possível as janelas virem a produzir eletricidade.

Uma equipa de investigadores do LaserLab da Universidade de Coimbra (UC), com a colaboração da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, desenvolveu um estudo que mostra que as janelas podem transformar luz solar em energia elétrica e “de uma forma mais eficiente e com um custo mais reduzido do que os atuais sistemas”, como os painéis fotovoltaicos.

Pela primeira vez, assegura a Universidade em comunicado, foi avaliado o potencial de alguns compostos de Platina “para aplicações na transformação de energia solar em eletricidade, através de um método sensível de calorimetria fotoacústica (tecnologia única desenvolvida na Universidade de Coimbra)”.

A investigação, coordenada por Patrícia Jesus, Carlos Serpa e Hugh Burrows, foi financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo LaserLab Europe, e os resultados deste estudo foram considerados “HOT Article” e serão capa da edição que será publicada em julho, mas que já está disponível no site da revista científica editada pela Royal Society of Chemistry, “Dalton Transactions”.

Segundo o investigador Carlos Serpa, os compostos de Platina estudados “são candidatos promissores para aplicações na conversão da energia solar em eletricidade, porque ‘apresentam como grande vantagem a sua capacidade de intensa absorção no visível e em parte do espectro do infravermelho próximo'”. Na prática, se pensarmos nas cores do arco-íris, “estes compostos de Platina têm uma forte capacidade de absorver grande parte dessas cores, especialmente a cor vermelha, mais difícil de captar. Esta é uma característica essencial para a transformação eficiente de luz solar em energia elétrica”.


Contudo, “o tempo de vida do composto no estado necessário para a transformação em energia elétrica é muito curto”, daí que sejam “ainda necessários novos estudos, que passam pela modificação das moléculas que envolvem o átomo de Platina, alterando assim as propriedades do composto para obter as condições mais favoráveis à transformação da luz solar captada em eletricidade”, explica o investigador.

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