As ideias, os inimigos e a língua
afiada de Henrique Neto
23 Março 2015
Miguel Santos / Filomena
Martins / OBSERVADOR
Foram muitas as controvérsias em que se viu envolvido: somou inimigos
dentro do PS, esteve ligado à Operação Furacão e ao Caso dos Submarinos.
Defendeu sempre uma maior transparência na política.
Das críticas às
lideranças de António Guterres e de José Sócrates até ao envolvimento na
Operação Furacão, Henrique Neto, histórico socialista e o primeiro candidato
“oficial” à corrida a Belém, tem-se destacado como uma voz crítica e
controversa no seio do PS. Apesar de ter estado afastado da vida política
ativa, o ex-deputado foi recentemente notícia quando comentou a detenção do
ex-primeiro-ministro José Sócrates e rompeu com o silêncio definido pelo
partido. Recorde aqui as polémicas em que se envolveu Henrique Neto e o que
defendeu em diversas ocasiões.
José Sócrates: “Há anos anos que
esperava que isso acontecesse. Os indícios eram mais que muitos”
Na véspera do XX
Congresso Socialista, quando imperava a lei da rolha sobre
Aquele-Cujo-Nome-Não-Pôde-Ser-Pronunciado, Henrique Neto rompeu com o silêncio
e, em entrevista ao jornal i, disse o que pensava sobre o ex-primeiro-ministro.
“Há anos anos que esperava que isso acontecesse. Os indícios eram mais que
muitos”, afirmou.
Na altura,
Henrique Neto criticou abertamente a atitude de muitos socialistas que, disse,
“fecharam os olhos” e tiveram “uma reação irracional” às primeiras revelações
sobre a Operação Marquês. “As reações de alguns socialistas são irracionais. Há
muitos socialistas que não querem conhecer o que se passou. Fecham os olhos,
porque estão moral e eticamente metidos nestas desgraças”, acusou Henrique
Neto.
O ex-deputado
socialista aproveitou, ainda, para desafiar António Costa a fazer uma rutura
com o passado e a afastar da direção do partido as pessoas que estavam
associadas à era-socrática.
“António Costa não será credível
no país se não limpar o partido com grande clareza e grande determinação. Sofrerá
com os estilhaços do que vier a acontecer com Sócrates”, avisou na ocasião,
para depois acrescentar que aquele era “um dos momentos mais determinantes” da
história do partido” e que sem uma mudança profunda o futuro do partido estava
comprometido.
“Ou [António
Costa] compreende isto e aproveita para mudar a política e apresentar novas
ideias – e para haver novas ideias é preciso ter dirigentes que não estejam
comprometidos com o passado – ou faz uma fusão entre os que vieram do passado e
meia dúzia de caras novas e não será credível no país. É o grande momento de
António Costa”, afirmou Henrique Neto.
O agora candidato
presidencial foi, de resto, um dos maiores críticos do Governo de José
Sócrates. Ainda em 2011, meses antes da chegada da troika a Portugal, Henrique
Neto defendeu, em entrevista ao Público, que o estado periclitante da economia
tinha sido o resultado “de um misto de falta de sentido de Estado, de
ignorância, de voluntarismo e de teimosia e, porventura mais importante, de
falta de convicção sobre o interesse geral a que muitos chamam patriotismo“. O
ex-dirigente socialista traçou, também, aquele que, acreditava, viria a ser o
futuro do país no pós-Sócrates. Um país que dificilmente evitaria a “vinda do
FMI”, antecipou.
“Pelo que se
ficou a saber, certo é apenas que os portugueses pagarão, em 2011 e nos anos
seguintes, os erros, a imprevidência e a demagogia acumulada em cinco anos de
mau Governo. É por isso que, nestas circunstâncias, falar da coragem do
primeiro-ministro e do ministro das Finanças, como alguns têm feito, é um
insulto de mau gosto a todos os portugueses que trabalham, pagam os seus
impostos e veem defraudadas as suas expectativas de uma vida melhor“, criticou.
"António
Costa não será credível no país se não limpar o partido com grande clareza e
grande determinação. Sofrerá com os estilhaços do que vier a acontecer com
Sócrates"
Antes, em 2009,
já Henrique Neto tinha tecido duras críticas a alguns membros do núcleo duro do
PS, denunciando a existência de um clima de “medo” no interior do partido. Curiosamente,
o principal alvo do ex-dirigente socialista foi, na altura, “o ministro da
propaganda” Augusto Santos Silva, que esta segunda-feira não poupou críticas ao
“bobo” Henrique Neto.
“No momento em
que se prepara mais um congresso do Partido Socialista, a missão de Augusto
Santos Silva – que se distingue na obsessão da fidelidade ao líder – é matar à
nascença qualquer veleidade de debate livre e de novas ideias para o PS e para
Portugal (…) As sucessivas intervenções do ministro da propaganda do PS,
caracterizam-se pelo dogmatismo, pela política da verdade única e pela
incapacidade de compreender que um partido politico moderno é mais de que a
arregimentação de militantes passivos, que por seguidismo, necessidade, ou
medo, deixaram de ter ideias e vontade próprias“, criticou.
Reforma do Sistema Político e as
críticas ao Governo de Guterres
Antes de José
Sócrates, no entanto, a “vítima” das críticas de Henrique Neto tinha sido outra:
António Guterres. Em 2001, no XII Congresso do PS, o ex-deputado apresentou a
moção “Portugal Primeiro” que não chegou a ser debatida por decisão de António
Guterres, então primeiro-ministro e líder do partido. Um ano depois, já com
Ferro Rodrigues sentado na principal cadeira do Largo do Rato, Neto recuperou a
maioria das medidas e apresentou um conjunto de propostas sob o lema “Pensar
Portugal”, sem nunca esquecer Guterres, que conduzira “uma liderança sem
ideias, convicções ou respostas adequadas” e refém do bloco central.
Ao contrário do
que acontecera sob a liderança de Guterres, a moção desenhada por Henrique Neto
foi debatida no conclave “rosa”, mesmo não tendo reunido as assinaturas
necessárias. Nas 32 páginas do documento apresentado no XIII Congresso
socialista, o ex-deputado fez uma análise critica de vários setores-chave do
país como a economia, a educação e o sistema político, escreveu, na altura, a
TSF.
Entre as medidas
defendidas, Henrique Neto sugeria, por exemplo, o reforço das instituições de
controlo do governo, o aumento da remuneração dos políticos eleitos – como
forma de atrair apenas os melhores -, e a moralização dos ordenados dos
administradores de empresas públicas. Além disso, propunha, ainda, a criação de
círculos uninominais, a realização de eleições primárias nos partidos para a
escolha de militantes na ocupação de cargos políticos, como deputados e
autarcas, e a limitação dos mandatos autárquicos a dois mandatos consecutivos.
Já na altura, o
ex-dirigente socialista alertava o secretário-geral do partido para a
necessidade de renovar os quadros do partido, custasse o que custasse. “Se a
renovação for feita, e se for profunda, como é desejável que seja, tenho receio
que os descontentes causem problemas à nova liderança, neste período que medeia
antes dos congressos e das próximas eleições”, avisou Henrique Neto.
"Os dirigentes do PS
[deixaram-se] encurralar de uma maneira indigna na matéria da pedofilia"
Henrique Neto,
depois de pedir a demissão de Ferro Rodrigues
Apesar da relação
entre Henrique Neto e Ferro Rodrigues ter começado com uma espécie de
“benefício da dúvida mútuo”, em 2003, na sequência do escândalo “Casa Pia”,
Neto viria a tirar o tapete ao atual líder da bancada parlamentar do PS e a
pedir a sua demissão, por considerar que “os dirigentes do PS” tinham-se
deixado “encurralar de uma maneira indigna na matéria da pedofilia”. Ferro
Rodrigues acabaria por deixar o partido, mas, para Henrique Neto, a renovação
da política portuguesa, e do PS em particular, continuariam a ser as principais
prioridades.
Tanto é que, em
2013, Henrique Neto foi um dos subscritores do manifesto pela democratização do
regime, a par de Rui Tavares, de Vasco Lourenço e dos ex-deputados socialistas
Eurico Figueiredo e Edmundo Pedro. Na altura, em entrevista ao Negócios, Neto
explicou que “a ideia [do manifesto] partiu de um conjunto de ‘democratas’ que,
em conversa uns com os outros, chegaram à conclusão que a raiz dos problemas
que o país enfrenta reside na forma como funciona o nosso sistema político”.
“Sem uma profunda
reforma do sistema político, dificilmente teremos governos com experiência,
sabedoria e ética capazes de governar bem o país“, defendeu na mesma
entrevista.
O Furacão que fragilizou Henrique
Neto
A Operação
Furacão rebentou em 2007 e levou à acusação de 30 pessoas, num processo que
terá lesado o Estado em mais de 36 milhões de euros e que passava por ocultar
os rendimentos através da transferência de dinheiro para entidades sediadas em
paraísos fiscais e no Reino Unido. O empresário e self-made man, enquanto administrador
da Iberomoldes, chegou a ser constituído arguido, mas não foi acusado porque,
entretanto, pagou os 30 mil euros que não declarara ao fisco.
Na altura, a casa
e a empresa de Henrique Neto foram alvo de buscas e o próprio terá admitido ao
procurador Rosário Teixeira que tinha tomado “conhecimento da intenção da
sociedade Iber Oleff [uma empresa que resultou da parceria entre os alemães da
Olho Tecknik e a Ibermoldes] de aderir a um esquema que visasse [visava] a
diminuição de resultados ou lucros”. Mais: Neto admitiria também ter recebido
“alguns montantes monetários, tendo-os utilizado, pelo menos em parte, em
benefício próprio”.
Apesar da
resistência do juiz Carlos Alexandre, segundo escreveu o i, Henrique Neto e a
Iber Oleff acabariam por não ser acusados de fraude fiscal qualificada por
terem regularizado a situação – a sociedade luso-alemã foi mesmo obrigada a
pagar 433 487 euros às Finanças.
A Iberomoldes e as contrapartidas
militares
Em 2014, a empresa fundada por
Henrique Neto, a Iberomoldes, voltou a estar debaixo do foco mediático pela sua
relação como o chamado “Caso dos Submarinos”. Em causa, estava o nebuloso
processo das contrapartidas relacionadas com os negócios militares e o papel da
Escom em todo o processo.
A empresa do
antigo deputado socialista era uma das que beneficiaria das contrapartidas
negociadas com a Ferrostaal no âmbito da aquisição dos submarinos alemães –
contrapartidas que, quer Luís Amado, quer Álvaro Santos Pereira, negaram, em
sede parlamentar, existir. Por isso, e perante as afirmações dos dois antigos
ministros, Henrique Neto pediu para ser ouvido pelos deputados para contar a
sua versão dos acontecimentos. Um pedido que contou, de resto, com a
resistência inicial da maioria PSD/CDS-PP.
E as revelações
de Henrique Neto não desiludiram a comissão de inquérito: o socialista começou
por contar como a Ibermoldes investiu quase 30 milhões em projetos de
contrapartida relacionados com a aquisição de material militar (20 milhões nos
helicópteros EH101 e “seis ou sete” milhões nos submarinos). Investimento que
nunca resultou em qualquer retorno. E porquê? Henrique Neto começou por
denunciar que “o objetivo [das empresas estrangeiras envolvidas] era não
executar qualquer contrapartida. Pagaram para não fazer contrapartidas”, para
depois envolver o nome da Escom no escândalo: “Ainda há pouco se perguntava se
os 30 milhões correspondia ao trabalho realizado pela Escom. (…) Os 30 milhões
de que se fala [eram o pagamento] para a não realização das contrapartidas”.
Uma acusação já
antes feita em entrevista à revista Visão: “A minha convicção é que a Escom
assumiu perante os vendedores de equipamentos a responsabilidade de não haver
contrapartidas. Tudo o resto foi coerente com isso. Ganharam os concursos
[helicópteros, viaturas blindadas e submarinos] e receberam o dinheiro. Depois
de ganharem não mexeram uma palha e andaram anos e anos nisso.”
E aqui, mais uma
vez, Henrique Neto voltou a criticar o sistema político português e a denunciar
um problema de corrupção enraizado, ao qual o PS não era indiferente.
“Há 19 anos que
estes casos são tratados com uma indiferença que só pode ser considerada
conivência. Não se mexeu uma palha e o Parlamento nunca quis encontrar a
verdade. [Não foi só Paulo Portas] quem praticou transparência duvidosa nas
compras militares. Todos eles praticaram. Todos!”.
A Corrida para Belém
A candidatura
presidencial de Henrique Neto deu o passo decisivo ontem à tarde, com um envio
do email que confirmava oficialmente o nome do ex-deputado do PS e voltava a
fazer o anúncio formal da sua candidatura para esta quarta-feira no Padrão dos
Descobrimentos – um local, de resto, já escolhido por outro independente, o
médico Fernando Nobre, candidato presidencial em 2011. Uma candidatura
independente, sem qualquer conhecimento do PS, preparada há mais de um ano e
que avançou em janeiro.
Henrique Neto já
tem a sua campanha toda montada, com site, sede, lema, programa e equipa. Depois
da apresentação formal, a inauguração da sede deve ter lugar depois da Páscoa.
A decisão de
avançar já com a candidatura – com a qual os socialistas se têm mostrado
preocupados, pela dispersão de votos à esquerda a que pode levar -, foi tomada
pelo próprio Henrique Neto. A ideia do candidato, aconselhado pela sua equipa,
é de que o PS ao mesmo tempo que tem estado a queimar nomes na praça pública –
Vitorino, Maria de Belém e até Sampaio da Nóvoa -, está também a estender o
tapete à direita e, em concreto, a Marcelo Rebelo de Sousa.
Neto e a sua
equipa acham mesmo que o objetivo será lançar, no final deste processo, a
candidatura de Carlos César (se Guterres não avançar mesmo), mas que, quando
tal acontecer, será demasiado tarde.
As contas que o
empresário-candidato faz são as de que, esperando-se pelo resultado das
legislativas, não haverá hipótese de apresentar um candidato presidencial
socialista antes de novembro. Isto porque é dado como certo que o PS não terá
maioria nas legislativas, e como estas acontecem entre o final de setembro e o
início de outubro, entre negociações para coligações ou para acordos de
incidência parlamentar, a formação final do Governo só deve ficar concluída por
essa altura.
Isso significaria
que o candidato do PS teria apenas metade de novembro, o que é possível de
aproveitar entre as festividades de dezembro e janeiro para se preparar e
enfrentar o candidato da direita. E isso seria mais um trunfo para uma figura
como Marcelo.
Chuva de estrelas socialista
derrama-se sobre Belém
NUNO SÁ LOURENÇO
23/03/2015 - PÚBLICO
Henrique Neto, ex-deputado e empresário, avança com candidatura esta
semana, enquanto a esfera socialista se desdobra em propostas para o sucessor
de Cavaco Silva.
O empresário
Henrique Neto será o primeiro a avançar, mas, muito provavelmente, não será o
único socialista a candidatar-se a Belém. Nesta segunda-feira, os apoiantes da
sua candidatura sinalizaram a pretensão com o agendamento da “apresentação da
candidatura” para quarta-feira.
Numa mensagem
encriptada, anunciava-se que as próximas presidenciais não estavam “condenadas
a ser uma mera extensão da representação partidária”. E que, em frente ao
Padrão dos Descobrimentos, seria dado a conhecer a personalidade que “na sua
vida profissional, se destacou pela sua competência e capacidade de
concretização, tendo levado o nome de Portugal a níveis de referência
mundiais”. O currículo ficava completo com a referência: “[Com] um trajecto de
posições políticas frontais e claras, há muito que defende a necessidade de
introduzir profundas alterações no sistema político”.
Apesar das suas
ligações ao PS, durante os Governos de José Sócrates assumiu uma clara
divergência com a linha do partido de que foi deputado durante os anos 90 do
século passado. A sua passagem pelo Parlamento surgiu já depois de se ter
estabelecido como empresário de sucesso através da empresa Iberomoldes, de que
foi um dos fundadores.
No volúvel
ambiente dos últimos meses, Henrique Neto não tem sido, contudo, um dos nomes
defendidos para a Presidência no seio da sua esfera política. Sinal disso foi a
forma como um ex-ministro socialista reagiu à notícia. “Falta ao
centro-esquerda um candidato presidencial forte e mobilizador de toda a sua
base eleitoral, e não apenas de uma sua franja, por mais vocal que ela seja; e
a restante esquerda embarcou numa alegre grupuscularização sem fim à vista”,
escrevia segunda-feira Augusto Santos Silva na rede social Facebook.
O campo
socialista parece permanecer órfão pelo silêncio do ex-primeiro-ministro
António Guterres. Um tabu que gerou uma chuva de propostas. A situação chegou
ao ponto de o secretário-geral do PS ter já, publicamente, elogiado mais de uma
possibilidade. Já depois das referências a Guterres, ainda durante a campanha
pela liderança do PS, Costa reconheceu em Janeiro deste ano que António
Vitorino tinha "todas as qualidades para ser um excelente Presidente [da
República]".
Entretanto, o
semanário Expresso noticiava que António Guterres, depois de afastar a sua
candidatura, sugerira como candidato o actual presidente do Tribunal de Contas,
Guilherme d’Oliveira Martins. O ex-ministro de Guterres disse não ter “nada a
dizer” sobre o assunto. O que não impediu o actual ministro da Presidência,
Luís Marques Guedes (PSD), de assumir a sua admiração por Oliveira Martins.
Antes disso, já o
nome do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-presidente da AR Jaime Gama
fora defendido por deputados socialistas. Em Dezembro do ano passado, o secretário
nacional do PS, Sérgio Sousa Pinto, classificou o açoriano como um “excelente
candidato” a Belém. Há menos de um mês, foi a vez de Miranda Calha, actual
vice-presidente da AR, fazer o mesmo.
Há pouco mais de
uma semana, o ex-reitor Sampaio da Nóvoa, durante o Congresso da Cidadania,
proclamava “a responsabilidade de uma geração” e assumia que não tinha “medo”. Uma
entrevista do actual presidente do PS, Carlos César, foi entendida como um
sinal quando reconheceu, em relação a Belém, existirem “vantagens no facto de a
personalidade da área da esquerda democrática não sair de uma organização
partidária”.
Curiosamente, o
ex-presidente do Governo Regional dos Açores foi também apontado como
presidenciável. Num artigo de opinião no PÚBLICO, o histórico socialista
Edmundo Pedro traçou o perfil ideal antes de concluir que César era o que
melhor correspondia às “exigências da função”.
As coincidências
de função associavam ainda César a outro dos nomes socialistas já aventados. Em
Janeiro deste ano, a eurodeputada socialista Ana Gomes sugeriu, durante uma
reunião da comissão política nacional do PS, a ex-ministra da Saúde Maria de
Belém Roseira como uma “excelente candidata”. O que levou a ex-presidente do
PS, numa entrevista, a reagir de forma diplomática, ao frisar que estava
empenhada “nas legislativas”. “Depois logo se verá...”,
rematou.
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