segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Merkel avisa Cameron de que se aproxima de "ponto de não retorno" em relação à UE. Angela Merkel warns David Cameron over freedom of movement German chancellor rejects UK prime minister’s demands for a cap on unskilled migrants, according to Der Spiegel newspaper / GUARDIAN.


Merkel avisa Cameron de que se aproxima de "ponto de não retorno" em relação à UE
ANA FONSECA PEREIRA 02/11/2014 - PÚBLICO
Revista Der Spiegel noticia que a chanceler alemã prefere saída do Reino Unido a mexer no princípio da livre circulação de pessoas dentro do espaço comunitário.

A chanceler alemã, Angela Merkel, teme que o Reino Unido se esteja a aproximar de um “ponto de não retorno” nas suas relações com a União Europeia ao insistir na intenção de restringir a entrada de cidadãos de outros Estados-membros e terá mesmo avisado o primeiro-ministro, David Cameron, de que prefere que o país abandone a união a aceitar limites ao princípio da livre circulação.

É a revista alemã Der Spiegel quem dá conta do endurecimento da posição alemã em relação às derivas eurocépticas de David Cameron, o líder conservador cada vez mais acossado pelos antieuropeus do UKIP – o Partido da Independência prepara-se para eleger o seu segundo deputado, numa eleição intercalar marcada para 20 de Novembro.

Esta é a “primeira vez” que Merkel admite a possibilidade real de o Reino Unido abandonar a UE, escreve a revista na edição que sairá para as bancas nesta segunda-feira. Até agora, a chanceler alemã tinha-se mostrado aberta a discutir algumas das exigências feitas por Cameron, que pretende renegociar as condições da participação britânica na UE a tempo do referendo que prometeu organizar, caso seja reeleito nas legislativas do próximo ano.

Mas depois de o UKIP ter vencido as eleições europeias de Maio, após uma campanha que teve como principal alvo o aumento da imigração oriunda dos países mais pobres da UE, Cameron endureceu fileiras, anunciando que iria propor medidas para limitar o direito de livre circulação na UE. Segundo a imprensa, uma das ideias em cima da mesa é a de limitar a emissão de números de segurança social aos recém-chegados com baixas qualificações.

A Comissão Europeia criticou de imediato o projecto e, segundo a Spiegel, Merkel terá informado Cameron na última cimeira europeia que qualquer proposta para limitar a liberdade de circulação violará um dos princípios fundamentais sob os quais a UE assenta. Neste domingo, o jornal Sunday Times noticiou que o Downing Street abandonou o plano numa tentativa para aplacar a fúria de Berlim, mas estuda agora uma proposta para “levar aos limites” as regras europeias, ordenando a saída dos cidadãos comunitários que, três meses após chegarem ao país, não tenham trabalho nem meios de subsistência”.

A Spiegel, que faz também referência à nova proposta, escreve que Merkel está, no entanto, muito pouco receptiva a qualquer plano para limitar a circulação de pessoas no espaço europeu. “Se Cameron persistir, a chanceler abandonará os seus esforços para manter o Reino Unido na UE. Com isso, teremos chegado a um ponto de não retorno e será o fim”, disse à revista uma fonte do Governo federal.

A hipotética saída do Reino Unido seria um acontecimento sem precedentes na história da união e, apesar da pressão dos parceiros, não há qualquer indício de que outro Estado-membro queira forçar Londres a bater com a porta. O próprio David Cameron diz defender a permanência do Reino Unido na UE, mas exige cedências da parte dos parceiros – nunca admitiu que fará campanha pelo “não” no caso de não conseguir as reformas que defende, mas essa é uma possibilidade em aberto.

Confrontado com a notícia da Der Spiegel , um porta-voz de Downing Street não confirmou o teor das conversas entre Merkel e Cameron, limitando-se a reafirmar que “o primeiro-ministro fará o que é certo para o Reino Unido e repetidamente tem deixado isso claro.


Angela Merkel warns David Cameron over freedom of movement
German chancellor rejects UK prime minister’s demands for a cap on unskilled migrants, according to Der Spiegel newspaper
Rowena Mason and Philip Oltermann

David Cameron has been warned by German chancellor Angela Merkel that she would rather see the UK leave the European Union than change freedom of movement rules, according to reports.

Downing Street on Sunday did not deny that the conversation had taken place, after German newspaper Der Spiegel said Merkel had rejected Cameron’s demands for a cap on unskilled migrants. Sources told the newspaper that the chancellor said demands for any changes to freedom of movement rules represented a “point of no return” and that this would be it for the UK’s membership.

Over the weekend, the Sunday Times also reported that the prime minister has dropped plans for quotas in a bid to placate the Germans and that Cameron is now looking at whether the government can ask EU immigrants to leave the country unless they can support themselves within three months of arriving in the UK.

Asked whether the Der Spiegel report was an accurate account of the encounter between Cameron and Merkel, a Number 10 official would only say: “The prime minister will do what is right for Britain as he has repeatedly made clear.”

However, a spokesman for the German chancellor indirectly confirmed Der Spiegel’s report by reiterating a statement Merkel had made at a press conference after the recent EU summit: “Germany does not want to touch the basic principle of free movement of persons within the EU.”

Merkel’s reported arguments were backed up on Sunday by Ken Clarke, the senior Tory MP and former cabinet minister, who said free movement of labour was “absolutely essential” to the whole concept of a single market.

He told the BBC’s Sunday Politics: “Not only is that one of the principles of the EU, it’s the basis of any serious single market. The Norwegians, who eurosceptics admire, they accept the free movement of labour. They’ve got a bigger proportion of other EU nationals in their country compared with their own nationals than we have.

“If you want to be in the single market, if you want to be a modern economy then the free movement of labour is essential, but free movement of labour shouldn’t be abused.”

It comes amid speculation that Cameron is rowing back from his focus and tough language on immigration amid fears that the Conservatives will never be able to go as far as Ukip supporters want. Jim Messina, a US election strategist who worked on Barack Obama’s campaign, is said to have told a Tory awayday on Friday that every moment the party is not talking about the economy between now and the election is wasted.

However, Boris Johnson will keep to the subject of immigration on Monday, as he backs a report by the Commonwealth Exchange calling for more immigration from Commonwealth countries instead of so much from the EU.

In his foreword, he will say: “We should welcome the brightest and the best from a wider range of countries.

“As we re-examine our relationship with the EU, we have a vital opportunity to recast our immigration system in just this way. And the first place to start is with the Commonwealth.”

The issue of immigration is also tricky for Labour. Over the weekend, Ian Austin, a former aide to Gordon Brown and MP for Dudley North, called on his party to “be honest” and “say sorry” for opening the borders to eastern Europeans in 2004.


The row is the latest piece of Europe-related bad news for Cameron in recent days: last week he suffered a double blow when a parliamentary bill to establish an EU membership referendum by the end of 2017 collapsed, and a key UK ally told Britain to accept a demand from Brussels to pay an extra £1.7bn.

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