sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Doença obriga à substituição de mais de cem árvores na Alameda dos Oceanos


Doença obriga à substituição de mais de cem árvores na Alameda dos Oceanos

por O Corvo • 9 Setembro, 2016

A Junta de Freguesia do Parque das Nações e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) deverão levar a cabo, nos próximos meses, uma ação de substituição em larga escala das árvores doentes na Alameda dos Oceanos. “Estamos apenas a aguardar os pareceres técnicos finais para poder lançar a operação”, diz ao Corvo o presidente da junta, José Moreno (Parque das Nações Por Nós), sem precisar o número exacto de exemplares a replantar, até ao início do próximo ano, ou os custos finais desse processo. “São cento e tal árvores”, afirma o autarca, reconhecendo que o procedimento implicará “meios técnicos e financeiros elevados”.

O presidente da junta diz que “já há muitos anos se sabe” do problema das azinheiras de origem italiana. As árvores, explica, terão apresentado problemas de adaptação ao nosso clima, logo desde o início, a partir do momento em que foram plantadas no recinto então em construção da Expo’98. A inadequação ao meio será a principal razão das doenças, assegura. A situação levou a que, ao longo dos anos, de cada vez que tal se justificasse, a Parque Expo substituísse os exemplares denotando evidentes sinais de doença. Com a criação da freguesia do Parque das Nações, consequência da reorganização administrativa da cidade de Lisboa, em 2013, a manutenção dos espaços verdes, árvores incluídas, passou a ser competência da junta. A sua substituição continua a ser responsabilidade do município.

As duas autarquias (junta e câmara) entendem ter chegado agora o momento de pôr cobro ao problema, depois de, nos últimos três anos, terem constatado a persistência dos sintomas. Muitas das azinheiras foram secando e morreram. Outras apresentam sinais de patologias graves. De acordo com uma contagem realizada, há poucos dias, pelo movimento cívico A Cidade Imaginada Parque das Nações (ACIPN), “de um total de 283 azinheiras, apenas 33 apresentam um aspeto exterior aparentemente saudável”, havendo 69 que evidenciam sinais claros de doença e “em relação às restantes 181 azinheiras já nada mais há a fazer pois estão irremediavelmente perdidas, ou seja, mortas”.

As árvores vindas de território italiano serão então substituídas por uma espécie de azinheiras habitualmente usadas no nosso país, explica José Moreno, sem especificar quais as espécies em causa. “Os técnicos da junta e da câmara já estão de acordo nesse aspecto”, refere o autarca, salientando que estarão a ser procuradas as melhores opções técnicas para levar a cabo a substituição das azinheiras. Questionado sobre a quem caberá pagar a operação, José Moreno disse ao Corvo estar convicto de que “se há-de encontrar um ponto de entendimento entre a junta e a câmara sobre essa questão”. “O mais importante é que as árvores vão ser substituídas”, diz.

No texto, publicado no seu sítio, em que denuncia o estado do arvoredo de uma das principais artérias do Parque das Nações, a ACIPN destaca sobretudo a “sucessão de azinheiras mortas e doentes ao longo dos passeios laterais”, situação que diz ter vindo a piorar ao longo dos últimos anos. E faz notar que “há pouco mais de um ano, a Junta de Freguesia do Parque das Nações falava em ‘120 azinheiras doentes, votadas ao abandono e à sua força de viver’, acrescentando estar a ‘trabalhar na sua recuperação e substituição nos casos daquelas que estão mortas’”.


Texto: Samuel Alemão

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