Renováveis em Portugal batem recorde histórico em
Janeiro
RICARDO GARCIA 12/02/2014 - 13:36 in Público
Electricidade produzida por
barragens e parques eólicos poderia abastecer 91% do consumo nacional.
As barragens e parques eólicos em Portugal produziram em
Janeiro electricidade que seria suficiente para abastecer 91% do consumo
nacional. Se parte desta energia não tivesse sido exportada, na prática nove em
cada dez lâmpadas acesas numa casa poderiam ter sido alimentadas sobretudo
pelos parques eólicos e barragens do país.
“São números brutais”, diz o presidente da Associação de
Energias Renováveis (Apren), António Sá da Costa. “E o mês de Fevereiro vai
pelo mesmo caminho”, completa.
Os números avançados pela Apren, com base na estatística
mensal das Redes Energéticas Nacionais (REN), representam apenas uma imagem do
potencial das fontes renováveis no país. Em números reais, 78% da produção
nacional de electricidade são de origem renovável. Cerca de 14% de toda a
electricidade produzida foi exportada.
A maior fatia da produção em Janeiro cabe às barragens, que
estão a abarrotar com as chuvas deste Inverno. Das 57 albufeiras monitorizadas
pela Agência Portuguesa do Ambiente, 35 estão acima dos 80% da sua capacidade
de armazenamento. Quase todas as bacias hidrográficas do país estão com mais
água do que a média dos últimos 30 anos para Janeiro.
Com isso, as grandes hidroeléctricas produziram 44% da
electricidade do mês passado. As mini-hídricas completaram com mais 4%.
A seguir vêm os parques eólicos, que foram responsáveis por
30% da produção eléctrica. “Foi o mês de Janeiro de maior produção eólica de
sempre”, afirma António Sá da Costa.
A queima de resíduos, de biomassa e de biogás contribuiu com
mais 4% para a produção eléctrica e os painéis solares fotovoltaicos com uma
pequena fatia — 0,4%.
A influência da meteorologia tem sido determinante. Em 2012,
ano de um Inverno mais seco, apenas 36% da electricidade produzida em Janeiro
veio de fontes renováveis.
Para o presidente da APREN, o resultado do mês passado — que
se soma ao de 2013, com quase 60% de electricidade renovável em todo o ano —
mostra que as renováveis são uma fonte fiável de abastecimento. Sá da Costa
refere-se em particular aos críticos que argumentam que muita dependência das
renováveis — em particular dos parques eólicos — pode representar um risco,
dada a variabilidade da produção em função das condições naturais. “Nada disto
é verdade”, afirma.
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