segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Lista de Relvas obtém pior resultado de Passos no Conselho Nacional.


Lista de Relvas obtém pior resultado de Passos no Conselho Nacional
MARGARIDA GOMES 23/02/2014 - 14:18 / PÚBLICO

Nove listas apresentaram-se a eleições para o órgão que representa o parlamento do PSD.
A lista liderada por Miguel Relvas ao Conselho Nacional do PSD foi a mais votada com 179 votos, o que corresponde a 18 mandatos, o que é considerado o pior resultado de Passos Coelho como líder do PSD.

Em segundo lugar para o Conselho Nacional, que é uma espécie de parlamento no partido, ficou a lista da JSD, liderada por Pedro Pimpão e que é apoiante de Passos Coelho, que conseguiu 14 mandatos. A votação expressou o descontentamento dos congressistas. Apenas 23,4% dos eleitores apoiaram a lista oficial apresentada por Pedro Passos Coelho. À entrada para o encerramento do Congresso, Marco António Costa, porta-voz do partido, tentou relativizar o regresso do antigo-ministro dos Assuntos Parlamentares ao partido. “O conselho nacional é um órgão que reúne várias vezes ao ano e ele, com a sua opinião, também poderá dar um contributo relativamente à estratégia e à vida do partido”, disse aos jornalistas Marco António Costa, desvalorizando a polémica: “não é uma pessoa ou outra pessoa, por muito importante que ela possa ser dentro ou fora do partido, mas o conjunto do trabalho que aqui foi feito por ex-líderes, actuais dirigentes, militantes, apoiantes, funcionários, todo um conjunto de pessoas”.

Para as eleições ao Conselho Nacional apresentaram-se nove listas, ao que correspondeu uma clara dispersão de votos. Pode mesmo ter havido uma transferência de votos da lista A, de Miguel Relvas, para a lista H, do jovem militante Pedro Pimpão, que obteve 18,4 % dos sufrágios. É habitual no PSD existir um elevado número de listas candidatas ao Conselho Nacional: em 2012 avançaram 10 e em 2010 apresentaram-se 13.

Neste domingo, a lista liderada por Sérgio Humberto (Trofa) ficou em terceiro lugar, com 94 votos e nove mandatos, e a menos votada foi a lista C, encabeçada por José Augusto Felício, com cinco votos e zero mandatos.

Todas as outras tiveram entre 35 e 86 votos e obtiveram lugares naquele é que o órgão máximo entre congressos.

As eleições para o Conselho de Jurisdição Nacional do PSD contaram com quatro listas. Calvão da Silva, que liderou a lista A, foi reeleito com quatro mandatos (em nove lugares), menos um do que há dois anos. Na segunda posição, com 202 sufrágios e dois mandatos ficou a lista B de José Miguel Bettencourt, que já integrava o Conselho de Jurisdição. Com um total de 157 votos foi eleita a lista C, encabeçada por Paulo César Colaço, que conta com dois mandatos. E último lugar ficou a lista E, que apresentou Ricardo Bastos Sousa a votos e que alcançou 93 sufrágios e um mandato.

A Comissão Política Nacional, liderada por Jorge Moreira da Silva, foi eleita por uma esmagadora maioria de 660 votos (85%) a favor. O ministro do Ambiente e Ordenamento do Território mantém-se como primeiro vice-presidente, apesar de Marco António Costa continuar a ser porta-voz e coordenador da comissão permanente do PSD, o núcleo duro de Passos Coelho.

Nas vice-presidências do partido continua Teresa Leal Coelho, que saiu apenas do mesmo cargo na bancada parlamentar por discordar da proposta de referendo, e Pedro Pinto, deputado e vereador em Sintra. Entram Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, José Matos Correia, antigo chefe de gabinete de Durão Barroso. Saíram Manuel Rodrigues, que assumiu funções governativas, e Nilza de Sena, deputada, que passa a integrar o Conselho Nacional.

Como secretário-geral mantém-se José Matos Rosa.

Na Mesa do Congresso, Fernando Ruas, antigo presidente da Câmara Municipal de Viseu foi legitimado com uma maioria de 684 votos (88,5%), um resultado semelhante de há dois anos. Para presidir à Comissão Nacional de Auditora Financeira foi eleito Pedro Reis. A sua lista alcançou 672 votos.



Na madrugada de sábado os congressistas aprovaram todas as moções apresentadas ao conclave, inclusive a dos Trabalhadores Social Democratas que propõem o aumento do salário mínimo nacional, e a de António Pinheiro Torres, que deseja a reavaliação da lei de interrupção voluntária da gravidez. A moção do líder foi aprovada apenas com três abstenções.

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