Lista de Relvas obtém pior resultado de Passos no
Conselho Nacional
MARGARIDA GOMES 23/02/2014 - 14:18 / PÚBLICO
Nove listas apresentaram-se a eleições para o órgão que
representa o parlamento do PSD.
A lista liderada por Miguel Relvas ao Conselho Nacional do
PSD foi a mais votada com 179 votos, o que corresponde a 18 mandatos, o que é
considerado o pior resultado de Passos Coelho como líder do PSD.
Em segundo lugar para o Conselho Nacional, que é uma espécie
de parlamento no partido, ficou a lista da JSD, liderada por Pedro Pimpão e que
é apoiante de Passos Coelho, que conseguiu 14 mandatos. A votação expressou o
descontentamento dos congressistas. Apenas 23,4% dos eleitores apoiaram a lista
oficial apresentada por Pedro Passos Coelho. À entrada para o encerramento do
Congresso, Marco António Costa, porta-voz do partido, tentou relativizar o
regresso do antigo-ministro dos Assuntos Parlamentares ao partido. “O conselho
nacional é um órgão que reúne várias vezes ao ano e ele, com a sua opinião, também
poderá dar um contributo relativamente à estratégia e à vida do partido”, disse
aos jornalistas Marco António Costa, desvalorizando a polémica: “não é uma
pessoa ou outra pessoa, por muito importante que ela possa ser dentro ou fora
do partido, mas o conjunto do trabalho que aqui foi feito por ex-líderes,
actuais dirigentes, militantes, apoiantes, funcionários, todo um conjunto de
pessoas”.
Para as eleições ao Conselho Nacional apresentaram-se nove
listas, ao que correspondeu uma clara dispersão de votos. Pode mesmo ter havido
uma transferência de votos da lista A, de Miguel Relvas, para a lista H, do
jovem militante Pedro Pimpão, que obteve 18,4 % dos sufrágios. É habitual no
PSD existir um elevado número de listas candidatas ao Conselho Nacional: em 2012
avançaram 10 e em 2010 apresentaram-se 13.
Neste domingo, a lista liderada por Sérgio Humberto (Trofa)
ficou em terceiro lugar, com 94 votos e nove mandatos, e a menos votada foi a
lista C, encabeçada por José Augusto Felício, com cinco votos e zero mandatos.
Todas as outras tiveram entre 35 e 86 votos e obtiveram
lugares naquele é que o órgão máximo entre congressos.
As eleições para o Conselho de Jurisdição Nacional do PSD
contaram com quatro listas. Calvão da Silva, que liderou a lista A, foi reeleito
com quatro mandatos (em nove lugares), menos um do que há dois anos. Na segunda
posição, com 202 sufrágios e dois mandatos ficou a lista B de José Miguel
Bettencourt, que já integrava o Conselho de Jurisdição. Com um total de 157
votos foi eleita a lista C, encabeçada por Paulo César Colaço, que conta com
dois mandatos. E último lugar ficou a lista E, que apresentou Ricardo Bastos
Sousa a votos e que alcançou 93 sufrágios e um mandato.
A Comissão Política Nacional, liderada por Jorge Moreira da
Silva, foi eleita por uma esmagadora maioria de 660 votos (85%) a favor. O
ministro do Ambiente e Ordenamento do Território mantém-se como primeiro
vice-presidente, apesar de Marco António Costa continuar a ser porta-voz e
coordenador da comissão permanente do PSD, o núcleo duro de Passos Coelho.
Nas vice-presidências do partido continua Teresa Leal
Coelho, que saiu apenas do mesmo cargo na bancada parlamentar por discordar da
proposta de referendo, e Pedro Pinto, deputado e vereador em Sintra. Entram
Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, José Matos
Correia, antigo chefe de gabinete de Durão Barroso. Saíram Manuel Rodrigues,
que assumiu funções governativas, e Nilza de Sena, deputada, que passa a
integrar o Conselho Nacional.
Como secretário-geral mantém-se José Matos Rosa.
Na Mesa do Congresso, Fernando Ruas, antigo presidente da
Câmara Municipal de Viseu foi legitimado com uma maioria de 684 votos (88,5%),
um resultado semelhante de há dois anos. Para presidir à Comissão Nacional de
Auditora Financeira foi eleito Pedro Reis. A sua lista alcançou 672 votos.
Na madrugada de sábado os congressistas aprovaram todas as
moções apresentadas ao conclave, inclusive a dos Trabalhadores Social
Democratas que propõem o aumento do salário mínimo nacional, e a de António
Pinheiro Torres, que deseja a reavaliação da lei de interrupção voluntária da
gravidez. A moção do líder foi aprovada apenas com três abstenções.
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