OPINIÃO
Sobre as praxes académicas e não só
TEOLINDA GERSÃO 26/02/2014 - / Público
Para que a minha posição seja
transparente, devo dar-vos publicamente contas dela:
Não me identifico com o Bloco de Esquerda, nem, neste
momento, com qualquer outro partido.Da esquerda à direita, nunca um único
deputado – nem de resto nenhum governante – se levantou para dizer que estava
disposto a, voluntariamente, ver cortado o seu salário e a renunciar às
benesses de que goza, por solidariedade para com o povo que representa, que viu
o seu salário drasticamente reduzido, independentemente da sua vontade ou da
situação económica em que se encontra, para onde aliás foi levado pela péssima
gestão do dinheiro que pagou com os seus impostos, ao longo de décadas e sob
sucessivos governos.
Não me revejo na Assembleia da República, nem na forma como
os deputados são eleitos. No entanto, enquanto não conseguirmos uma Assembleia
mais representativa e aberta, é com a que existe que temos de dialogar.
Assim, apoio as iniciativas que considero justas e no
interesse do país, venham de que partido vierem. Uma boa ideia não passa a ser
má nem deve ser rejeitada por vir do partido A ou B. No meu entender, quem
assim procede faz política apenas partidária, e essa tem sido justamente uma
das nossas grandes falhas, que não deixa o país avançar.
Em relação às praxes académicas, que é um assunto que merece
a nossa atenção e reflexão, o Bloco de Esquerda foi o único partido a tomar uma
atitude, com a qual estou plenamente de acordo.
Por isso subscrevi o apelo “Para que tudo não fique na mesma
– Pôr fim à violência da praxe”, que me foi enviado em português europeu, com a
garantia de que a versão onde constará o meu nome deverá estar nos meios de
comunicação social numa versão sem Acordo Ortográfico.
Escritora
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