A gestão da preciosa água na Península Ibérica num contexto
cada vez mais grave de alterações climáticas, de subida da temperatura e de
aumento dos fenómenos climatéricos extremos, com longos períodos de seca, que
contribuem para reduzir o caudal do Tejo, vai levar inevitávelmente a grandes
tensões entre Portugal e Espanha
Uma “guerra” Espanha-Portugal
(…) “Patricia Moreno autarca de Aranjuez diz “haver uma
guerra da água em Espanha”, entre os municípios afectados pelo transvase e
Múrcia. “Uma guerra onde há interesses económicos muito poderosos, com muito
dinheiro. Há gente a ganhar muito dinheiro nesta guerra da água, a fazer
negócio com ela. Já há casos de corrupção a serem julgados ligados ao negócio
da água. Por trás deste transvase há muito dinheiro e muito dinheiro oculto.”
A autarca diz ainda não ter dúvidas que “Portugal também vai
sentir os efeitos nefastos do transvase”. “Se é que não está já a sentir.”
(…) “Manuel Ganãn, presidente da Assembleia de Defesa do
Tejo Aranjuez também fala de uma guerra
da água, mas vai mais longe. “A guerra hoje é em Espanha, mas não duvides, um
dia, quando houver ainda menos água aqui, a guerra vai ser entre Portugal e
Espanha. Acreditas que Espanha vai deixar passar para Portugal a água que passa
hoje, se precisar urgentemente dela? Só um tolo pensaria tal. Preparem-se, os
portugueses também vão sofrer o que nós estamos a sofrer”, acrescenta em jeito
de aviso.”
(…) “Ainda no final de setembro ( 2017) , andava o governo
espanhol a braços com a crise da Catalunha, e pela calada de uma sexta-feira à
noite - e durante toda a madrugada até à manhã de sábado -, a CHT autorizou um
transvase encapotado de água do Tejo para o Levante espanhol. Desde maio que
não se autorizam transferências de água da cabeceira do Tejo para a bacia do
Segura porque o nível das barragens (231 hectómetros cúbicos) está bem abaixo
do limite estabelecido como mínimo (368 hectómetros cúbicos). E, mesmo assim, a
água lá foi para os campos do sul.”
OVOODOCORVO
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