quarta-feira, 3 de abril de 2019

Serão assim os 15 novos eléctricos da Carris para garantir as ligações ao Parque das Nações e à Cruz Quebrada



Serão assim os 15 novos eléctricos da Carris para garantir as ligações ao Parque das Nações e à Cruz Quebrada
Samuel Alemão
Texto
3 Abril, 2019

Os novos veículos custarão 45 milhões de euros e serão totalmente custeados pela Câmara de Lisboa, que agora se lhes refere como solução de “metro ligeiro”. A ligação à Cruz Quebrada será feita através de Algés, mas também de uma nova linha, a construir a partir de Alcântara e com passagem por Alto da Ajuda, Pólo Universitário, Hospital São Francisco Xavier, Miraflores e Linda-a-Velha. Na direcção oposta, existirá uma ligação do centro de Lisboa, até Santa Apolónia, primeiro, e, mais tarde, até ao Parque das Nações. Daí, deverá seguir para o concelho de Loures.
Três milhões de euros será o custo de cada um dos novos 15 eléctricos articulados que a Carris vai comprar, nos próximos anos, para assegurar a expansão das ligações da actual linha 15, numa primeira fase à Cruz Quebrada, no concelho de Oeiras, e, mais tarde, ao Parque das Nações e também ao concelho de Loures. A cerimónia do lançamento do concurso público para a aquisição da dezena e meia de unidades, cujo custo total de 45 milhões de euros será integralmente assegurado por verbas do orçamento municipal, terá lugar na manhã desta quarta-feira (3 de Março), no Museu da Carris, em Santo Amaro, com a presença do presidente da autarquia, Fernando Medina, o Ministro do Ambiente, José Matos Fernandes, e o presidente do Conselho de Administração da Carris, Tiago Farias. Tanto a empresa como da Câmara Municipal de Lisboa (CML) estão a anunciar este como o “maior investimento de sempre” da Carris.

 “Desde 1995 que a Carris não adquiria um eléctrico”, salienta o comunicado, enviado ao final da tarde desta terça-feira (2 de Março), pela empresa municipal e pela CML, no qual se explica que o investimento em causa será “o primeiro passo para expandir a rede de metro ligeiro do 15 até à Cruz Quebrada e, no sentido inverso, Santa Apolónia e Parque das Nações”. A assinatura dos contratos para a compra do novo material circulante acontece assim uma semana após Medina a ter revelado, numa entrevista à revista Visão, e confirmada alguns dias depois, durante a cerimónia de apresentação do novo sistema de passes Navegante – com a respectiva uniformização e redução tarifária, permitindo viagens na Área Metropolitana de Lisboa (AML) por 40 euros mensais e dentro da capital por 30 euros mensais -, ocorrida na segunda-feira (1 de Abril), com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

Durante a apresentação desta quarta-feira, garante a autarquia, o presidente da CML “abordará os planos posteriores de desenvolvimento de novas linhas de metro ligeiro da Carris”. Estratégia em relação à qual, porém, Fernando Medina já levantou o véu nos últimos meses, deixando claro que, neste campo, as prioridades passarão, num primeiro momento, ainda durante este mandato – que termina em 2021 -, pela extensão da linha do 15E de Algés à Cruz Quebrada, no município de Oeiras, e logo depois na expansão a Santa Apolónia. Numa fase posterior, esta ligação seguirá daí até ao Parque das Nações e até mais adiante, ao concelho de Loures. Os planos de ligação de Algés à Cruz Quebrada, a ser assegurada numa via com catenária de eléctrico já existente, têm estado a ser coordenados entre Medina e o presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO), Isaltino de Morais, tal como os da nova ligação a construir entre a Cruz Quebrada e Alcântara.
A ambas se refere agora a Câmara de Lisboa como parte integrante dos “planos posteriores de desenvolvimento de novas linhas de metro ligeiro da Carris”. Foi em Novembro do ano passado, em entrevista ao jornal PÚBLICO, que o vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar, revelou a existência de um plano de ligação entre Alcântara e a Cruz Quebrada, como solução alternativa para cumprir o compromisso de criação de uma “ligação de metropolitano” à zona ocidental da capital – um dos pontos do acordo de governação da vereação da câmara da capital, assinado entre o PS e o Bloco de Esquerda, após a autárquicas de Setembro de 2017. Dada a aparente impossibilidade ou desinteresse da administração central em estender a actual rede de metro tradicional para lá de Alcântara, a CML avançou então que estava a trabalhar – em colaboração com a Câmara de Oeiras – na criação de uma linha de metro de superfície, com passagem no Alto da Ajuda, no Polo Universitário, no Hospital São Francisco Xavier, em Miraflores, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada.

 A expansão da rede eléctricos constitui, de resto, uma das “12 Medidas Prioritárias para 2017 -2019”, apresentadas pela Carris, em Maio de 2017, pouco mais de dois meses após a empresa ter passado para a esfera da gestão municipal. Nessa rubrica, para além da implementação da linha 24 com ligação do Cais do Sodré às Amoreiras – algo que aconteceu a 24 de Abril do ano passado -, fazia-se referência ao alargamento da linha de eléctrico 15 da Praça do Comércio à estação ferroviária de Santa Apolónia/terminal de cruzeiros. Mas não só. Falava-se ainda em estudos para a “implementação de eléctrico rápido/BRT nas ligações Alta de Lisboa-Entrecampos” e “de soluções em modo próprio para o eixo Santa Apolónia–Gare do Oriente, dinamizando a utilização integrada da linha da CP, explorando as estações e apeadeiros intermédios”.

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