Trágico- Cómica
Futurologia no Corta – Fitas
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Triunfo e Ocaso
de Messias Costa - uma tragédia de cordel (1)
por José Mendonça
da Cruz, em 17.10.14
antonio-costa.jpg
/ http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/triunfo-e-ocaso-de-messias-costa-uma-5840313
Trago meu outro
projeto
Que nesse eles
bota fé
Não garanto lucro
certo
Adere se você
quisé
No terreno lá do
Embú
Nós vamos prantá
xuxu
Seja lá o que
Deus quisé.
in Tere Penhabe
OUTUBRO DE 2015
António Costa e o
Partido Socialista conseguiram ontem a maioria absoluta nas eleições
legislativas com 51% dos votos – embora menos que os 72% previstos pela
Eurosondagem. O jornal inglês Guardian comenta em editorial que os resultados
da austeridade nos países periféricos estão bem patentes na literal euforia com
que a generalidade da comunicação social celebrou o novo governo. O jornal cita
com alguma complacência os títulos entusiásticos dos noticiários de imprensa e
televisão, com títulos glosando slogans como Mudar Portugal, Ousar Vencer,
Renovada Esperança, etc. O diário, próximo do Partido Trabalhista, atribui o
que considera «uma aparência de excesso» aos anos de aperto impostos por
Bruxelas e a Alemanha.
NOVEMBRO DE 2015
Ainda antes de
ser conhecida a composição do governo do primeiro-ministro António Costa,
fontes próximas do chefe do governo indicaram ontem ao jornal Expresso que o
titular da pasta das Finanças será João Ferreira do Amaral. Em comentário na
Sic Notícias, o politólogo António Costa Pinto considerou que a nomeação
constitui «um poderoso aviso a Bruxelas», visto a nomeação de um conhecido
defensor da saída do Euro trazer acrescida pressão em favor da intenção de
António Costa de reestruturar a dívida e não cumprir os limites do défice. No
entanto, o Financial Times de hoje, sob o título «Portugal on the way out?» recorda
o processo instaurado por políticos alemães ao governador do Banco Central
Europeu apenas por ter excedido as suas funções ao comprar títulos de dívida
pública a países em dificuldades. O jornal cita ainda fontes da Comissão que
recordam a má prestação económica de França e Itália apesar da violação do
Pacto Orçamental e apontam as penalizações e restrições de acesso a fundos a
que ficaram sujeitos os dois países. Apesar do sobressalto dos mercados e do
agravamento dos juros da dívida, hoje ainda, e numa coincidência curiosa, o
editorial do Público e a abertura do jornal das 20 da TVi dão o mesmo título à
anunciada decisão do novo governo socialista de relançar o projecto do TGV e do
novo aeroporto de Lisboa: «Regresso aos Carris do Futuro». Vieira da Silva,
novo ministro das Obras Públicas e Comunicações, considerou que a ideia de uma
linha de mercadorias do porto de Sines para o centro da Europa era uma mera
«manobra dilatória» e insistiu em que ambos os investimentos são reprodutivos e
criarão muitos milhares de postos de trabalho na construção civil, tão
duramente atingida pela crise.
NOVEMBRO DE 2015
A não inclusão de
Rui Tavares no elenco do governo lançou ondas de choque no Partido Livre. Há
notícias de uma dupla cisão naquela formação política, com três militantes a
romperem para formar o Partido Ainda Mais Livre, Rui Tavares a manter-se como
líder da agora rebaptizada Liga do Centro da Extrema-Esquerda, e os restantes
dois militantes a saírem para formar o Grupo de Reflexão Para a Nova Esquerda à
Direita do Centro do Extremo. Na sua crónica do Público, Tavares lamentou que
os socialistas continuem a ignorar as lições da história e que o país inteiro
se mostre ainda renitente à iluminação das ideias inelutáveis do antigo Livre,
agora Liga.
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