Comerciantes do Cais do Sodré
sensibilizam clientes para não beberem na rua após a 1h
Por Agência Lusa
publicado em 28
Out 2014 / (jornal) i online
Segundo o responsável, “muitos dos espaços” já fazem esta sensibilização,
enquanto outros “querem começar já”
Os comerciantes
do Cais do Sodré, em Lisboa, vão sensibilizar os clientes para não consumirem
álcool na rua partir da 01:00, mas sim dentro daqueles espaços, medida que vão
também sugerir à Câmara de Lisboa.
A decisão foi
tomada hoje à noite numa reunião que juntou proprietários de vários
estabelecimentos daquela zona e surge no seguimento queixas apresentadas pelos
moradores, relacionadas com o consumo e venda de bebidas alcoólicas na via
pública, ruído e sujidade.
Gonçalo Riscado,
da Associação do Cais do Sodré, explicou que a medida não é nova e já tem vindo
a ser debatida pelos comerciantes.
“Hoje, o que se
passou foi que conseguimos reunir vários comerciantes, como os mais antigos,
que foram responsáveis por reanimar o Cais do Sodré há oito anos, os que
contribuíram para tornar este espaço mais popular há três anos e os que
chegaram mais recentemente”, disse.
Segundo o
responsável, “muitos dos espaços” já fazem esta sensibilização, enquanto outros
“querem começar já”.
Na prática, o que
os proprietários farão é “pedir às pessoas para consumirem dentro do
estabelecimento a partir de uma determinada hora”, assinalou o comerciante
António Costa, proprietário de dois bares no Cais do Sodré.
A escolha deste
horário deve-se ao facto de, entre as 23:00 (hora de abertura dos bares) e as
01:00, os estabelecimentos estarem “normalmente vazios” e de “o cliente não
estar cansado de lá estar dentro”, o que acontece passadas duas ou três horas,
explicou António Costa.
Para garantir que
os clientes não saem do estabelecimento com copos na mão, os comerciantes vão
“estar mais atentos”, salientou o proprietário.
Na reunião de
hoje, na qual estiveram representados cerca de 40 estabelecimentos noturnos,
ficou decidido que o controlo sobre as bebidas vendidas pelos bares será levado
à Câmara de Lisboa.
“Vamos propor que
isto seja vinculativo”, afirmou Gonçalo Riscado.
A sugestão será
feita ao município através do período de consulta pública do despacho sobre os
bairros históricos da cidade com atividade noturna, criado na semana passada,
de forma a ser incluída no mesmo.
“Se a câmara
disser que não tem capacidade de o fazer, todos os estabelecimentos estão
dispostos a fazê-lo”, salientou.
O despachou
inclui a intenção da autarquia de estipular novos horários para os bares do
Cais do Sodré, Bica e Santos, que serão obrigados, de domingo a quinta-feira, a
fechar às 02:00, e às sextas-feiras, sábados e véspera de feriados às 03:00,
enquanto atualmente podem estar abertos até às 04:00, em ambos os casos.
Porém, “apenas a
redução de horários não resolve os problemas”, que terão de ser travados com “o
controlo do espaço público”, defendeu Gonçalo Riscado.
Para o
representante, a autarquia deve ainda apertar na “fiscalização e no
policiamento”, assim como encurtar o horário de funcionamento das lojas de
conveniência.
Acresce “um outro
problema que ainda não foi falado, o da venda ambulante”, em que “muitas
pessoas com mochilas circulam na rua” a vender bebidas a um preço mais
reduzido, adiantou Gonçalo Riscado.
*Este artigo foi
escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
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