Uma hora e
quarenta a falar … Uma mão cheia de nada …
Sem qualquer
referência aos grandes desafios com que a cidade de lisboa é confrontada …
“Nas
próximas eleições autárquicas, Fernando Medina não terá adversários credíveis e
de conteúdo e, tendo a vitória assegurada, irá continuar na ilusão de que a sua
recusa sistemática em reconhecer e regulamentar estes problemas não irá ter
consequências.
Entretanto,
no horizonte, acumulam-se as energias e os sentimentos de revolta que estão a
desenhar de forma crescente uma tempestade futura.”
ANTÓNIO
SÉRGIO ROSA DE CARVALHO “A tempestade
perfeita” / Público / 6 de Abril de 2017
OVOODOCORVO
Uma hora e quarenta de palestra numa
frase: "Lisboa está melhor"
O presidente da Câmara Municipal de
Lisboa fez um longo balanço do mandato, no qual aproveitou para mostrar obra
feita. O anúncio da candidatura às autárquicas é que vai ter de esperar mais um
pouco.
JOÃO PEDRO PINCHA 29 de Maio de 2017, 22:09
Uma hora e quarenta a falar, mais de 50 slides, zero
novidades. Nem era essa a ideia. Numa conferência que classificou como um gesto
de “humildade democrática”, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa fez esta
segunda-feira um balanço do mandato autárquico que está prestes a terminar,
pelo que a longa palestra foi, sobretudo, uma revisão da matéria dada.
Neste caso, da obra feita. E quase nem é preciso escrever o
diagnóstico que Fernando Medina faz da cidade ao fim destes quatro anos.
“Lisboa está melhor, está mais inclusiva, mais preparada para vencer no
futuro”, disse o autarca no fim da apresentação, garrafa de água já seca e
várias clareiras na plateia do Capitólio, onde o ambiente já teve um cheirinho
de pré-campanha. Além dos vereadores do executivo, acorreram à sala do Parque
Mayer diversos presidentes de junta, deputados municipais, gestores de empresas
municipais e figuras conhecidas do desporto, do cinema e da televisão.
Foi este variado quórum que, ainda antes do discurso de
Medina, assistiu a um vídeo onde uma voz proclamou que “Lisboa acordou”, é a
cidade “onde todos querem estar” e onde “a reabilitação avança a olhos vistos”.
Depois, o presidente da câmara subiu ao palco em mangas de camisa e disse que,
quando António Costa tomou posse, em 2013, “a cidade era muito diferente do
vídeo que acabámos de ver”.
Seguiu-se um elencar pormenorizado das medidas do mandato.
Sobre a economia, Medina afirmou que “vencer a crise e mobilizar a cidade” foi
um “desígnio estratégico” prosseguido pelo executivo. “Que bom é poder
enfrentar os desafios e as crises do crescimento”, disse, à laia de confirmação
de que a aposta correu bem. O autarca falou ainda da política tributária, do
pagamento quase a pronto aos fornecedores, do empreendedorismo, dos mercados e
do programa Lojas com História.
O turismo também foi mencionado. “Hoje nós debatemos, e bem,
os impactos, as consequências, as contradições, as perplexidades e necessidades
que o rápido desenvolvimento do turismo está a criar em Lisboa”. Mas,
acrescentou, este é um sector que criou 80 mil empregos e gerou 6,3 mil milhões
de euros nestes quatro anos. Uma “força económica” que equivale a quatro vezes
o que produz todo o sector do calçado e duas vezes e meia a AutoEuropa.
Sobre a qualidade de vida na cidade, Medina elogiou a
reforma administrativa e disse que ela permitiu à câmara “concentrar-se melhor
nas suas competências”. Neste âmbito, falou longamente de higiene urbana, da
Polícia Municipal, dos bombeiros e do programa Uma Praça em cada Bairro, que
disse ser “o mais ambicioso de transformação do espaço público”. Depois
continuou, abordando o excesso de carros, a Carris, os parques dissuasores, as
redes cicláveis, os espaços verdes e o Plano de Drenagem. Por fim, o autarca
falou ainda dos investimentos em bairros sociais, do Programa de Renda
Acessível, das novas escolas e creches, do apoio aos sem-abrigo e das
infra-estruturas desportivas.
“Quisemos ser exaustivos”, disse no fim aos jornalistas. E
foram. A candidatura autárquica? Fica para outro dia.
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