Fissuras no miradouro de S. Pedro de
Alcântara, em Lisboa, obrigam a obras urgentes
A autarquia resolveu apostar em obras
de impacto reduzido, evitando a escavação dos terrenos. Os trabalhos, com um
valor base 5,49 milhões de euros, têm um prazo de execução previsto de cinco
meses.
LUSA 23 de Maio de 2017, 18:32
A Câmara de Lisboa quer contratar, através de ajuste
directo, uma empreitada de 5,5 milhões de euros para estabilizar as plataformas
do miradouro de São Pedro de Alcântara, onde surgiram fissuras, visando
garantir a segurança de pessoas e bens.
De acordo com uma proposta que estará em discussão na
reunião privada de quinta-feira, e à qual a agência Lusa teve acesso, a
intervenção "visa a execução de trabalhos de engenharia geotécnica de
carácter definitivo", de forma a "sanar a situação de instabilidade
actualmente verificada e corrigir os danos já identificados nas estruturas
existentes, restabelecendo as adequadas condições de funcionamento estrutural
deste miradouro centenário e histórico".
Ao mesmo tempo, "reduzirá, ao máximo, a possibilidade
de futuros danos no mesmo, decorrentes dos inevitáveis agentes naturais a que
está sujeito, como sejam, entre outros, as águas pluviais e de circulação
interna e os sismos, que podem conduzir, rapidamente, a novas situações de
instabilidade", aponta o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, que assina
o documento.
Na proposta, o autarca explica que o Miradouro de São Pedro
de Alcântara, com mais de 250 anos de existência, é composto por três
plataformas, cada uma suportada por um muro de alvenaria de pedra.
Contudo, em 2006 verificou-se o "aparecimento de
fissuras no pavimento intermédio do Miradouro de São Pedro de Alcântara, de
deformação do pavimento da Rua das Taipas, de roturas de infra-estruturas e de
movimentos dos bordos das juntas e fendas dos muros de suporte de terras do
miradouro", situação que tem sido objecto de "monitorização e
acompanhamento regular" da Direcção Municipal de Projectos e Obras.
Depois de analisar várias soluções e de ter consultado o
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), a autarquia resolveu apostar
em obras de impacto reduzido, evitando a escavação dos terrenos.
Por estarem em causa "valores de ordem pública,
relativos à salvaguarda de pessoas e bens, face ao risco iminente de
deslizamento de terras locais ou globais", o município decidiu, também,
optar pela contratação de uma empreitada por ajuste directo à empresa Teixeira
Duarte Engenharia e Construções.
Os trabalhos, com um valor base 5,49 milhões de euros, têm
um prazo de execução previsto de cinco meses.
Tal opção é justificada pela "urgência" e pelo
"carácter excepcional da situação verificada", vinca Manuel Salgado,
adiantando que, caso se optasse pelo concurso público, este estaria
"sujeito a prazos e formalidades inultrapassáveis, que não se compadecem
com a urgência da intervenção".
As obras visam a execução de cortinas e contrafortes em
estacas moldadas e de vigas de travamento, a reabilitação dos muros existentes,
a remoção controlada da camada de terras e implementação de plano para medir
eventuais deslocamentos horizontais e verticais do talude.
Em comunicado divulgado esta terça-feira, a autarquia (de
maioria PS) informa que, pontualmente, os trabalhos podem vir a condicionar a
circulação automóvel nas ruas das Taipas e de São Pedro de Alcântara.
"As obras terão início com brevidade, pois trata-se da
época do ano mais favorável à sua realização por razões climatéricas",
aponta o município, acrescentando que "o acesso ao jardim na parte
superior não será condicionado durante a obra, com excepção da protecção de
acesso à plataforma superior".
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