Ligação do Rato ao Cais do Sodré dá
linha circular a metro de Lisboa
Empresa diz que estações na Estrela e
Santos terão mais procura do que Ourique e Amoreiras, mesmo tendo em conta que
investimento é superior. As primeiras serão inauguradas em 2021/2022, as outras
não se sabe. Arroios fecha para obras em Julho e haverá ligação pedonal entre o
Rato e a D. João V.
LUÍS VILLALOBOS 8 de Maio de 2017, 20:56
A previsão de maior procura por parte dos passageiros foi um
dos factores fundamentais para escolher a ligação do Rato ao Cais do Sodré como
o próximo grande passo da expansão da rede do Metro de Lisboa, em detrimento de
Campo de Ourique e Amoreiras.
Em 2021, ou no início de 2022, o Governo e a empresa pública
de transportes esperam ter inauguradas as estações da Estrela e de Santos,
completando um circuito e um ciclo (o Cais do Sodré foi inaugurado em 1998,
após vários anos de construção). Embora não dê detalhes, a Metro de Lisboa fala
numa “utilidade superior” da opção agora oficializada, com “maior número de
passageiros” nas novas estações, “maior número de acréscimo de passageiros na
rede” e “melhores resultados na análise económico-financeira”, que, refere-se,
“garantem a viabilidade económica do projecto”. O PÚBLICO pediu mais dados
sobre estas questões à empresa e à tutela, mas não recebeu respostas até ao
momento.
O plano apresentado esta segunda-feira pelo presidente da
Metro de Lisboa, Vitor Domingues dos Santos, prevê que a estação da Estrela
fique localizada na calçada com o mesmo nome, junto ao antigo Hospital Militar
e em frente à Basílica da Estrela. A de Santos ficará junto ao edifício do
Batalhão dos Sapadores de Lisboa, e na última fase da ligação ao Cais do Sodré,
diz a empresa, “recorrer-se-á a construção a céu aberto” (isto, presume-se, até
à fase de nova escavação para ligar à rede que agora se inicia no Cais do
Sodré, no subsolo).
Os concursos daquelas empreitadas serão lançados no segundo
semestre de 2018 e as obras deverão iniciar-se em 2019, prevendo-se a entrada
em funcionamento em 2021 ou no início de 2022. O custo está estimado em 216
milhões de euros e o financiamento, em estudo, prevê o recurso a fundos
comunitários e a empréstimos do Banco para o Investimento (BEI). De acordo com
o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que esteve presente na
cerimónia, a candidatura do projecto está ligada à do Metro do Porto, cuja rede
também está em expansão.
Linha Amarela mais pequena
Quando a ligação do Rato ao Cais do Sodré estiver concluída,
a linha muda de cor, e introduz-se um novo conceito de mobilidade na capital.
De acordo com o novo mapa apresentado pela empresa, a Linha
Amarela passará a ter início em Telheiras e a finalizar em Odivelas. Já a Linha
Verde passará a ser circular, abrangendo estações como Cais do Sodré, Arroios,
Picoas e Rato, além das duas novas estações anunciadas. Haverá ainda uma
alteração na zona do Campo Grande, com a edificação de dois viadutos e ligação
da Linha Amarela a Telheiras.
O presidente da Metro fala de uma “nova oferta na zona
central de Lisboa”. “Com ligação directa do Cais do Sodré ao Campo Grande”,
haverá a circulação de “seis carruagens, permitindo intervalos nas horas de
ponta de três minutos e 40 segundos” afirmou Vitor Domingues dos Santos.
Segundo este responsável, prevê-se que este investimento traga “um incremento
de oito milhões no número de passageiros”.
Acesso pedonal às Amoreiras
O plano de desenvolvimento operacional da rede do Metro de
Lisboa não deixa de prever o prolongamento da Linha Vermelha de São Sebastião
até Campo de Ourique, com a criação de mais duas estações, Amoreiras e Campo de
Ourique, mas só quando houver dinheiro para tal. E isso significa que não
acontecerá antes de 2020, quando se inicia o próximo quadro comunitário. O
custo estimado da obra é de 186,5 milhões de euros, inferior ao do alargamento até
ao Cais do Sodré.
Para já, e a pensar nessas novas estações, a Metro de Lisboa
diz que vai avançar com uma ligação pedonal subterrânea da estação do Rato à
Rua de D. João V, permitindo o acesso também às áreas de Campo de Ourique e das
Amoreiras. O custo da ligação a esta zona, “densamente povoada”, está estimado
em 15,6 milhões de euros e, de acordo com o ministro do Ambiente, a ideia é
estar operacional na quadra natalícia do ano que vem ou no início de 2019.
Optando-se por tapetes rolantes, a ligação terá quase 300 metros, e “uma
abertura superior para a entrada de luz natural”, bem como uma escada de
emergência a meio do troço.
Arroios fecha 18 meses
A rede do metro de Lisboa será também alvo de várias
intervenções, como a ampliação do cais de Arroios.
Esta estação irá estar fechada durante 18 meses, com início
a 19 de Julho, de modo a que se façam obras para permitir a circulação de
composições de seis carruagens. O investimento previsto é de sete milhões.
Depois, há ainda a remodelação do átrio norte do Areeiro (3,8 milhões),
melhoria das acessibilidades na estação do Colégio Militar-Luz (2,7 milhões),
“intervenções na superstrutura” dos Olivais (2,2 milhões) e a “modernização”
das escadas rolantes da Baixa-Chiado (500 mil euros).
Tudo o que vai mudar no metro de Lisboa
Vai haver duas novas estações, ligando o Rato ao Cais do Sodré:
a da Estrela e a de Santos. Espera-se que as obras terminem em 2021/2022.
Quando as duas novas estações abrirem, a Linha Verde
torna-se maior, e circular, num novo conceito do metro da capital. Já a Linha
Amarela passa a ter início em Telheiras, terminando em Odivelas. As alterações
irão obrigar a novos viadutos no Campo Grande.
Para uma outra fase ficou a expansão da Linha Vermelha,
alargando-a para Campo de Ourique e Amoreiras, mas nunca terá início antes de
2020.
No final de 2018 ou início de 2019 deverá estar operacional
uma ligação pedonal entre o Rato e a Rua de D. João V, facilitando o acesso a
Campo de Ourique e Amoreiras.
Em Julho deste ano, e durante 18 meses, Arroios vai encerrar
para obras que permitam a circulação de seis carruagens.
A partir de agora, há um provedor do cliente, Natércia
Magalhães Cabral.
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