É
assim que vão ficar os passeios de Lisboa
INÊS BOAVENTURA
19/02/2016 - PÚBLICO
Na
Rua de Alcântara, o município concretizou a solução que quer
alargar a toda a cidade: a calçada deu lugar a blocos feitos de
cimento branco e pedra de lioz
Quer saber como vão
ser as ruas de Lisboa no futuro? Então o melhor é visitar a Rua de
Alcântara, na freguesia com o mesmo nome, na qual a Câmara de
Lisboa concretizou a solução que assume querer alargar a toda a
cidade, com excepção das zonas históricas.
Nesta artéria, a
calçada ficou reduzida a uma estreita faixa junto aos prédios,
tendo o espaço restante sido ocupado com um material de cor clara
feito de cimento branco e pedra de lioz. Junto às passadeiras os
passeios foram rebaixados e passaram a ter um piso táctil de cor
escura.
“Esta é a solução
que vai ficar na cidade. Nas zonas não históricas, naturalmente.
Não naquelas em que existe calçada artística”, explicou ao
PÚBLICO o presidente da Câmara de Lisboa, que visitou esta
quinta-feira a Rua de Alcântara. O objectivo foi assinalar a
reabertura desta artéria, que esteve fechada ao trânsito durante
seis meses para a realização de obras, no âmbito do programa
Pavimentar Lisboa.
Essas obras, que
custaram cerca de 400 mil euros, incluíram a reconstrução da
estrada e a substituição do sistema de drenagem, bem como o
reperfilamento da rua e o aumento das áreas pedonais. Esse último
aspecto foi destacado pelo vereador do Espaço Público e das Obras
Municipais, que explicou que o espaço destinado à circulação
automóvel foi reduzido, permitindo o alargamento dos passeios para
uma dimensão que vai variando ao longo da rua. “Estamos a
privilegiar o peão em relação ao carro”, constatou.
Quanto ao novo piso
dos passeios, Manuel Salgado considerou que se encontrou “a solução
boa”. “É confortável, não escorrega e é relativamente
expedita a sua execução”, disse, acrescentando que se algum dos
blocos de cimento branco e pedra de lioz “estalar” os estragos
ficam contidos e é “fácil” fazer a substituição.
Quanto ao porquê de
ter sido mantida uma estreita faixa em calçada, o autarca explicou
que este é um material que “é mais fácil de ajustar” a
elementos como as soleiras das portas e que também traz vantagens
quando é preciso mexer nas canalizações de gás e noutras
infra-estruturas no subsolo.
“Estou mesmo
contente com este piso”, comentou por sua vez o presidente da
câmara, que percorreu a pé a Rua de Alcântara, parando pelo
caminho para perguntar a opinião de transeuntes e comerciantes. Para
Fernando Medina, os passeios estão agora “mais largos, mais
confortáveis e mais seguros”, o que em seu entender irá
contribuir para que haja “mais pessoas a circular na rua”.
“É
verdadeiramente uma nova Rua de Alcântara que temos. Tem poucas
semelhanças com a anterior”, rematou o autarca, sublinhando que
esta obra era “muito difícil” mas “cumpriu os prazos”.
Também o presidente
da Junta de Freguesia de Alcântara se mostrou satisfeito com o
resultado de seis meses de trabalho e com o novo pavimento pedonal.
“É muito confortável e é antiderrapante. Penso que as cidades
têm que se modernizar para servir melhor quem delas quer usufruir”,
afirmou Davide Amado.
O autarca acredita
que com a intervenção agora concluída a Rua de Alcântara se
transformou numa “rua privilegiada de passagem pedonal”, algo que
por sua vez “potencia o comércio, as actividades económicas da
freguesia”. Davide Amado frisou ainda que essa transformação não
ficará por aqui, uma vez que em breve arrancarão as obras na Rua 1º
de Maio, que vai ser pavimentada, e no Largo do Calvário, onde vai
ser concretizada mais uma intervenção do programa Uma Praça em
Cada Bairro.
Segundo Fernando
Medina, essa última obra deverá ter início em Junho ou Julho,
prolongando-se por seis meses. “É uma das praças emblemáticas da
cidade”, constatou, lamentando que ela esteja hoje “muito
dominada pelo automóvel”.
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