domingo, 14 de fevereiro de 2016

Primeiro-ministro irlandês: "Não queremos ser como Portugal" / We Don’t Want to be Portugal, PM Enda Kenny Tells Irish Voters

We Don’t Want to be Portugal, PM Enda Kenny Tells Irish Voters
Dara Doyle

Portugal is paying a “horrendous” price for political instability, Irish Prime Minister Enda Kenny said, as he tried to arrest a slide in his coalition’s popularity before an election.
Portugal benchmark 10-year bond yield surged after October’s election produced an inconclusive result, leading to weeks of wrangling before a Socialist led-government took power. Prime Minister Antonio Costa aims to remove some measures introduced during the bailout that ended in 2014.
The Irish economy recovery “should not be taken for granted,” Kenny told reporters in Dublin on Sunday. The current coalition grouping is “clear and stable.”
Kenny and his coalition partners in the Labour Party are pitching the campaign as a battle between stability and chaos, represented by the previous administration led by Fianna Fail and anti-austerity parties such as Sinn Fein. Yet, Ireland too may be headed for a bout of instability following the Feb. 26 election.
Combined support for Kenny’s Fine Gael-Labour alliance stands at 36 percent, the Sunday Business Post said, citing a Red C poll. To win a second term, the coalition needs about 44 percent, according to Philip O’Sullivan, an economist at Investec Plc in Dublin. The two parties drew 55 percent in the 2011 election.
Kenny said he’s not contemplating any circumstances where he’ll share power with Fianna Fail, which drew 18 percent backing in the Sunday Business Post poll.

Primeiro-ministro irlandês: "Não queremos ser como Portugal"
Jornal de Negócios / 14-2-2016

É a apontar para o caso português que o primeiro-ministro irlandês faz campanha para renovar o seu mandato. As eleições são a 26 de Fevereiro.
Desta vez foi o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, que usou Portugal para alertar para o que acredita ser o perigo da instabilidade. A Irlanda terá eleições a 26 de Fevereiro.
Citado pela Bloomberg, Enda Kenny diz que Portugal está a pagar um preço "horrendo" pela instabilidade política, a propósito da subida da taxa de juro na dívida pública a 10 anos que ultrapassou os 4% na última semana. "Não queremos ser como Portugal", terá declarado.
E, por isso, acrescentou: a recuperação económica irlandesa "não deve ser tomada como garantida", disse aos jornalistas em Dublin este domingo, 14 de Fevereiro, acrescentando que a coligação irlandesa, que governa o país, "é clara e estável". A economia irlandesa cresceu, no terceiro trimestre (ainda não há dados do quarto período), 6,8% face ao trimestre homólogo.
A campanha eleitoral já arrancou na Irlanda e Kenny quer renovar o mandato para permanecer como primeiro-ministro. O seu partido Fine Gael (conservador-liberal) está coligado com o Partido Trabalhista, que, juntos, receberam 55% dos votos nas eleições de 2011.
A última sondagem da Red C para as eleições deste ano, de acordo com a Bloomberg, dá 36% dos votos a esta aliança, aquém dos 44% necessários para garantir a eleição, segundo estimativas do economista Philip O’ Sullivan, citado pela mesma agência. E Kenny já afastou "em qualquer circunstância" um cenário de aliança com o Fianna Fail, que na sondagem referida aparecia com 18%.
A legislatura de Enda Kenny foi marcada pela intervenção da troika. Aliás há já vários olhares sobre Irlanda, tendo em conta o que aconteceu em Portugal, mas também em Espanha que, embora não tenha sido resgatada financeiramente, sofreu uma crise económica. E o desfecho nas eleições tanto em Portugal como em Espanha acabou por ser o mesmo. Os partidos no poder - em Portugal liderado pelo PSD e em Espanha pelo PP - venceram as eleições, mas sem maioria. No caso português a coligação PSD-CDS acabou mesmo por cair, com a rejeição do seu programa de Governo, acabando António Costa, líder do PS, assumido a posição de primeiro-ministro. E Espanha ainda não tem Governo, estando agora nas mãos de Pedro Sánchez, líder do PSOE, garantir a aprovação da sua tentativa de investidura, depois da recusa de Rajoy.
Irlanda é, por estes dias, por isso, foco de vários olhares, até dos investidores. "As eleições de 2015 no sul da Europa produziram surpresas significativas e uma situação política confusa", assumiu, anteriormente, Jens Peter Sorensen, analista do Danske Bank. "As eleições na Irlanda podem produzir um resultado semelhante", contribuindo para uma volatilidade "de curto prazo" nas obrigações do tesouro do país. Na sexta-feira, as taxas de juro da dívida pública irlandesa, a 10 anos, estavam, no mercado secundário, a transaccionar a 1,037%.

O Fine Gael, partido do primeiro-ministro, lançou este domingo, 14 de Fevereiro, o seu manifesto eleitoral, no qual promete continuar o caminho da recuperação económica, com um plano no qual promete até 2022 - o ano do 100.º aniversário da nação - que haja condições na Irlanda para que haja disponibilidade de um emprego para quem queira um; promete, ainda, dar às famílias os apoios necessários para escaparem a uma situação de pobreza; permitir o regresso a pelo menos 70 mil pessoas que tiveram de sair do país por causa da crise; e dar a cada criança oportunidades iguais, asseguran-lhes saúde, educação e serviços familiares.

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