segunda-feira, 19 de maio de 2014

Controlinveste quer poupar seis milhões por ano nos Media. Ainda não se sabe quantos despedimentos serão feitos este ano. Jornais serão mais pequenos e terão um novo grafismo


Controlinveste quer poupar seis milhões por ano nos Media
Ainda não se sabe quantos despedimentos serão feitos este ano. Jornais serão mais pequenos e terão um novo grafismo
Margarida Gomes / 19-5-2014 / PÚBLICO

A administração da Controlinveste Conteúdos, a nova designação oficial do grupo que até há pouco tempo era liderado por Joaquim Oliveira, quer reduzir os custos operacionais entre cinco a seis milhões de euros por ano e prepara alterações para breve em alguns dos produtos editoriais.
Detentora de sete jornais, entre os quais o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e O Jogo, de revistas, de uma estação de rádio (TSF) e de seis canais de televisão por cabo, a Controlinveste espera baixar os custos operacionais do grupo, reduzindo o tamanho dos diários, que vão também contar com um novo grafismo.
Mas a redução dos custos não se fará apenas à conta do papel. A estratégia que está a ser desenvolvida prevê também uma redução do número de colaboradores que ainda não está definitivamente quantificada. Mas ao que o PÚBLICO conseguiu apurar, passará por afectar um milhão de euros para despedimentos, que ocorrerão nos diversos projectos editoriais.
“Vamos continuar a contar com as pessoas que têm qualificação e que se encontram motivadas”, disse ao PÚBLICO fonte da Controlinveste, referindo não haver ainda uma ideia do número de colaboradores a dispensar. “Há vários cenários que estão devidamente quantificados, mas não têm ainda uma força tal que possamos apontar um número já. Daqui a um mês, haverá, muito provavelmente, uma ideia”, disse a mesma fonte.
As primeiras mudanças nas diferentes plataformas devem começar a surgir em meados ou finais de Junho, ou seja, quatro meses depois de os empresários António Mosquito e Luís Montez terem entrado para o Grupo Media Controlinveste. Os dois novos accionistas têm uma participação conjunta de 42,5%: 27,5% para Mosquito e 15% para Montez.
O novo plano estratégico começou a ser desenhado a partir do momento em que ocorreu a injecção financeira proporcionada pela entrada dos novos accionistas. O reposicionamento e relançamento das marcas e a reestruturação interna para reduzir custos são duas das prioridades da nova administração.
O projecto de reestruturação que está em curso nos media da Controlinveste conta com a participação das várias equipas, desde as editoriais e digitais às de distribuição, marketing e comercial. A administração está a estudar mudanças relativamente a todas as unidades operacionais. O objectivo é reduzir custos e, ao mesmo tempo, tirar partido das marcas do grupo, mantendo e até melhorando a qualidade editorial.

A estratégia que está a ser desenvolvida vai dar uma grande importância ao digital, mas o produto em papel continuará a ter uma “relevância muito grande”. “A nossa aposta no digital será muito ambiciosa, mas terá de ser feita no desenvolvimento da plataforma em papel, que continua a ser um esteio na estratégia multiplataforma do grupo”, declarou a mesma fonte da Controlinveste.

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