Merkel já decidiu a próxima
Comissão Europeia, antes das eleições
Por Sérgio Soares
publicado em 21
Maio 2014 in
(jornal) i online
Eleições europeias parecem mero pró-forma na estratégia da chanceler alemã
para Bruxelas
A chanceler alemã
concedeu uma entrevista ao diário “Leipziger Volkszeitung” em que dá como
adquirido que a “grande coligação” de governo em Berlim apresentará uma
“proposta consensual” entre o seu partido e os sociais-democratas para a
formação da nova Comissão Europeia. Ou seja, o assunto será decidido pelos dois
partidos alemães.
A afirmação da
chanceler sobre a composição da próxima Comissão Europeia é proclamada com
plena convicção, mesmo antes de se conhecerem os resultados das eleições
europeias nos restantes 27 estados-membros da União.
“A formação da
grande coligação de governo alemã”, sublinha, “foi precedida de amplas
negociações que conduziram a um pacto de governo entre conservadores e
sociais-democratas... e “lograremos também pôr-nos de acordo sobre a composição
da nova Comissão Europeia”.
O acordo, a que
se espera chegar com relativa facilidade com os sociais-democratas, afecta,
segundo a própria, não apenas questões “pessoais”, mas também as nomeações dos
novos comissários e o conteúdo das principais tarefas a assumir pela nova
Comissão.
Esta declaração
causou a indignação entre os candidatos a substitutos de Durão Barroso à testa
da Comissão Europeia.
“Há uma reunião
de líderes europeus no dia 27 de Maio, mas a decisão não será tomada na terça
ou quarta-feira após as eleições”, avisou há duas semanas num encontro com o
presidente francês, François Hollande.
Merkel tem agora
mais poder na Alemanha e na Europa que qualquer chanceler antes dela. Com o resto da Europa quase toda mergulhada
em crise, a Alemanha tornou-se definitivamente a potência indiscutível do velho
continente.
O seu objectivo
para a Europa é agora o controlo comum dos orçamentos nacionais, das dívidas
públicas nos 28 estados-membros e um plano único para acelerar reformas sociais
e de competitividade. Os seus planos visam alcançar a estabilidade do euro a
longo prazo e a partilha da mesma disciplina orçamental por toda a União.
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