Misericórdia de Lisboa quer edifício da MAC para 'academia de saúde'.
"Nós queremos a Maternidade Alfredo da Costa (MAC), mas
não podemos esperar indefinidamente e, com franqueza, ainda não tenho a certeza
do destino que vai resultar de todo este imbróglio que tem existido", diz
Pedro Santana Lopes em entrevista à agência Lusa, a propósito dos dois anos de
mandato à frente da instituição.
Desde o anúncio do encerramento MAC, em Março de 2012, que o
caso se arrasta em processos em tribunal e recursos.
Santana Lopes diz que "há a possibilidade" do
edifício da MAC passar para a Santa Casa, mas como a situação "tem estado
tão complicada devido às providências cautelares" e a "todas as
situações" que têm envolvido a maternidade, está a estudar outras
possibilidades.
"Temos estado a estudar outras hipóteses, nomeadamente
o Hospital Pulido Valente", com a administração do Centro Hospitalar
Lisboa Norte, revela.
O provedor conta que já falou "várias vezes" com o
ministro da Saúde sobre a MAC e espera que, "em breve, haja
notícias".
A Santa Casa tem interesse em criar no edifício da
maternidade "uma academia da saúde", que prestará formação em saúde,
serviços e cuidados de saúde para pessoas "desde as mais tenras idades até
às idades mais avançadas".
Também na área da saúde, o provedor avança que vai recuperar
um edifício de 2.000 metros quadrados, mandado construir pelo ex-provedor Vítor
Melícias, que está em cabouco desde 1991.
O edifício, localizado ao lado do Hospital Ortopédico de
Sant'Ana, na Parede, pertencente à Santa Casa, vai dar lugar a uma nova unidade
de saúde com urgência, ambulatório e às especialidades de neurocirurgia,
oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia.
O reforço da cooperação com outras misericórdias é outro
projecto de Santana Lopes, tendo já inscrito no orçamento da SCML para 2014 uma
verba específica para esses projectos, nomeadamente unidades de cuidados
continuados ou paliativos, no sentido de "fazer face ao envelhecimento da
população".
"Há misericórdias de outros sítios do país com as quais
a Santa Casa pode fazer parcerias criteriosas e estrategicamente seleccionadas
que levem à conclusão de obras" que têm em andamento, mas para as quais,
por vezes, não têm dinheiro para acabar.
Em contrapartida, cedem camas que a Santa Casa tem
necessidade para casos - que tem a seu cargo - de demência, paralisia cerebral,
deficiência profunda e de idosos sem família em Lisboa.
"Temos necessidade dessas camas, mas entendemos que
também temos também essa obrigação", comenta.
"No momento em que o país vive, em que o Estado
chega-se para trás, as Misericórdias, que vão recebendo hospitais de volta do
Estado, muitas vezes sem terem as obras feitas, sem terem recheio, têm grandes
dificuldades para fazer face às novas responsabilidades que enfrentam e eu
julgo que a Santa Casa pode e deve fazer essas parcerias", defende.
Santana Lopes lembra que essa parceria já está a ser feita
com a Misericórdia do Porto na área do empreendedorismo, da economia e da
inovação social.
Lusa/SOL on line
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