Pires de Lima declara guerra à hotelaria paralela e evasão fiscal.
O combate à sazonalidade no Algarve não pode “entrar na miragem de que sol e
mar têm importância relativa”, disse o ministro.
Aos empresários, convidados pela Confederação do Turismo Português, deixou, neste encontro, a promessa de que podem contar com o Governo para “continuar a construir um destino mais diversificado no Algarve, mas nunca para entrar na miragem de que sol e mar têm importância relativa”. As praias, recentemente elevadas à categoria de “melhores praias do mundo”, disse, estarão na primeira linha das acções de promoção. “O produto sol e mar é, e terá de continuar a ser, uma âncora e prioridade-”
“Criar dificuldades, vender facilidades”
A competitividade do sector passa, afirmou, pela “burocracia asfixiante” que desmotiva e afasta os investimentos. “Queremos que Portugal deixe de ser percepcionado – sei que muitas vezes injustamente – como um país onde aos empresários se criam dificuldades para depois lhes serem vendidas facilidades.” O turismo residencial foi apontado por Pires de Lima como “um dos produtos que podem mitigar a sazonalidade”.
O sistema de vistos gold, destinados a atrair compradores para as muitas vivendas e apartamentos construídos, vai permitir a entrada em Portugal de cerca de 300 milhões de euros em 2013, o que "não é coisa pouca”, observou. Na missão à Rússia, que esta semana terminou, enfatizou, o “turismo residencial foi um dos pontos importantes da agenda, que mais interesse despertou”. A acção saldou-se pela criação de novas operações para o Algarve, no próximo ano, o que significa um “reforço de cerca de 30 mil turistas”.
Em relação à sazonalidade, o presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, afirmou que já viu “muitas vezes o filme da região das contradições” – a rebentar pelas costuras em Agosto, fechada nos meses de Inverno. “Tem sido sempre o mesmo filme ao longo dos anos – não me conformo, quero ver outro filme, com outro guião.”
Numa crítica directa às novas propostas do Governo para o sector, afirmou: "Os desafios do futuro passam por dotar o Algarve de meios financeiros para a sua própria promoção, e não esvaziar a região da sua própria autonomia, porque somos nós que sabemos onde e como nos devemos promover.”
No que diz respeito a novas rotas e voos, Desidério Silva criticou o papel da companhia aérea portuguesa: “Não posso deixar de referir a TAP, que pouco ou nada tem contribuído para o desenvolvimento desta região ao não realizar voos de Faro para as principais cidades europeias, o que faz toda a diferença, mas toda a diferença, na captação de mais turistas para o Algarve.”
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