Crise aumenta desigualdade em Espanha, 20% mais ricos recebem 44% dos rendimentos
O estudo demonstra um aumento dos espanhóis que vivem abaixo da linha da
pobreza, que aumentou dois milhões para 9,3 milhões.
Os dados foram divulgados pelos Técnicos do
Ministério da Fazenda (Gestha) no relatório A desigualdade em crise: homem
rico, homem pobre apresentado no âmbito do XIII Congresso Anual que decorre
em Granada.
Para analisar a desigualdade, a GESTHA contrastou os rendimentos declarados pela população espanhola, demonstrando “um alto nível de desigualdade social e económica”.
“Os 20% mais ricos receberam 44% dos rendimentos e os 20% mais pobres apenas 6,6% dos rendimentos totais”, refere o estudo.
Segundo o índice de Gini, que serve para medir se a riqueza está ou não bem repartida (sendo zero o valor mais equitativo e 1 o mais desigual), o registo espanhol é de 0,32, “um nível elevado para um país como Espanha, que se encontra entre os países mais desenvolvidos”.
Este índice cresceu 10,8% desde 2008, ano em que os efeitos da crise se começaram a sentir em Espanha, indicando, segundo os técnicos, “a crescente desigualdade” entre os espanhóis.
No período de crise analisado, o estudo destaca que os anos de 2009 e 2010 foram “os mais dramáticos”, devido ao aumento de mais de dois milhões no número de desempregados, e à deterioração “mais intensa” da economia espanhola, “que chegou a recuar 3,7%”.
Depois da cidade autónoma de Ceuta (0,51 de índice), Madrid é a segunda cidade espanhola com maior desigualdade, com um valor de 0,43, o que representa 11 pontos acima da média do país (0,32).
A Extremadura, considerada uma das regiões autónomas mais pobres de Espanha é também aquela onde a desigualdade é menor, com um índice Gini de 0,14.
O estudo hoje divulgado demonstra, igualmente, o aumento significativo dos espanhóis que vivem abaixo da linha da pobreza.
Desde 2007 o número de espanhóis nesta situação aumentou em dois milhões para 9,3 milhões, o que representa um crescimento de 28,8%.
Também aqui se evidenciam diferenças significativas na geografia espanhola, com a desigualdade a crescer mais em Navarra (52,8%), Melilla (52,4%), Castela La Mancha (51,5%), Madrid (48,9%) e Catalunha (48,2%).
No sentido inverso – regiões onde o número de pessoas abaixo da linha da pobreza diminui – estiveram as regiões de Castela e Leão (-16,4%), Extremadura (-8%) e Ceuta (-5,6%).
Os técnicos da Gestha atribuem esta diminuição ao facto de estas serem “regiões autónomas onde a densidade dos grandes patrimónios é muito menor, o qual não cria uma situação de variação tão grande com o resto dos assalariados, que têm rendimentos bem mais modestos”.
Para tentar corrigir esta situação, a Gestha defende medidas adicionais de combate à fraude, especialmente para analisar “a evasão protagonizada pelas grandes fortunas e grandes empresas, que concentram o 71,8% da fraude fiscal total”, o que representa uma perda anual de receitas para o Estado de 42 mil milhões de euros.
A Gestha defende ainda um novo Imposto sobre a Riqueza, o que poderia representar receitas adicionais de 3.400 milhões de euros anuais.
“Isso teria um maior efeito sobre as receitas e serviria para evitar a aplicação de novos cortes, com os que só se acrescenta mais pressão sobre a economia das classes médias e trabalhadoras”, disse o presidente de Gestha, Carlos Cruzado.
“Também ajudaria a uma reordenação da Agência Estatal Tributária (AEAT) para que dedicasse mais esforço a perseguir a fraude das multinacionais e grandes companhias do país, em vez de concentrar 80% dos recursos no mais fácil que é investigar trabalhadores por conta própria, microempresas, Pequenas e Médias Empresas e trabalhadores por conta de outrem”, sublinhou.
Os Técnicos do Ministério de Fazenda (Gestha) englobam 8.000 profissionais e são o grupo mais representativo dentro do Ministério da Fazenda e da Agência Tributária espanhola.
Para analisar a desigualdade, a GESTHA contrastou os rendimentos declarados pela população espanhola, demonstrando “um alto nível de desigualdade social e económica”.
“Os 20% mais ricos receberam 44% dos rendimentos e os 20% mais pobres apenas 6,6% dos rendimentos totais”, refere o estudo.
Segundo o índice de Gini, que serve para medir se a riqueza está ou não bem repartida (sendo zero o valor mais equitativo e 1 o mais desigual), o registo espanhol é de 0,32, “um nível elevado para um país como Espanha, que se encontra entre os países mais desenvolvidos”.
Este índice cresceu 10,8% desde 2008, ano em que os efeitos da crise se começaram a sentir em Espanha, indicando, segundo os técnicos, “a crescente desigualdade” entre os espanhóis.
No período de crise analisado, o estudo destaca que os anos de 2009 e 2010 foram “os mais dramáticos”, devido ao aumento de mais de dois milhões no número de desempregados, e à deterioração “mais intensa” da economia espanhola, “que chegou a recuar 3,7%”.
Depois da cidade autónoma de Ceuta (0,51 de índice), Madrid é a segunda cidade espanhola com maior desigualdade, com um valor de 0,43, o que representa 11 pontos acima da média do país (0,32).
A Extremadura, considerada uma das regiões autónomas mais pobres de Espanha é também aquela onde a desigualdade é menor, com um índice Gini de 0,14.
O estudo hoje divulgado demonstra, igualmente, o aumento significativo dos espanhóis que vivem abaixo da linha da pobreza.
Desde 2007 o número de espanhóis nesta situação aumentou em dois milhões para 9,3 milhões, o que representa um crescimento de 28,8%.
Também aqui se evidenciam diferenças significativas na geografia espanhola, com a desigualdade a crescer mais em Navarra (52,8%), Melilla (52,4%), Castela La Mancha (51,5%), Madrid (48,9%) e Catalunha (48,2%).
No sentido inverso – regiões onde o número de pessoas abaixo da linha da pobreza diminui – estiveram as regiões de Castela e Leão (-16,4%), Extremadura (-8%) e Ceuta (-5,6%).
Os técnicos da Gestha atribuem esta diminuição ao facto de estas serem “regiões autónomas onde a densidade dos grandes patrimónios é muito menor, o qual não cria uma situação de variação tão grande com o resto dos assalariados, que têm rendimentos bem mais modestos”.
Para tentar corrigir esta situação, a Gestha defende medidas adicionais de combate à fraude, especialmente para analisar “a evasão protagonizada pelas grandes fortunas e grandes empresas, que concentram o 71,8% da fraude fiscal total”, o que representa uma perda anual de receitas para o Estado de 42 mil milhões de euros.
A Gestha defende ainda um novo Imposto sobre a Riqueza, o que poderia representar receitas adicionais de 3.400 milhões de euros anuais.
“Isso teria um maior efeito sobre as receitas e serviria para evitar a aplicação de novos cortes, com os que só se acrescenta mais pressão sobre a economia das classes médias e trabalhadoras”, disse o presidente de Gestha, Carlos Cruzado.
“Também ajudaria a uma reordenação da Agência Estatal Tributária (AEAT) para que dedicasse mais esforço a perseguir a fraude das multinacionais e grandes companhias do país, em vez de concentrar 80% dos recursos no mais fácil que é investigar trabalhadores por conta própria, microempresas, Pequenas e Médias Empresas e trabalhadores por conta de outrem”, sublinhou.
Os Técnicos do Ministério de Fazenda (Gestha) englobam 8.000 profissionais e são o grupo mais representativo dentro do Ministério da Fazenda e da Agência Tributária espanhola.
Sem comentários:
Enviar um comentário