sábado, 30 de novembro de 2013

Aumentam acampamentos de mendigos em Lisboa


Aumentam acampamentos de mendigos em Lisboa
Por Filipe Morais
publicado em 29 Nov 2013 in (jornal) i online
Polícia Municipal diz que tem feito limpezas nos abrigos sob os viadutos da cidade. Maioria dos ocupantes não são de nacionalidade portuguesa
São acampamentos de mendigos que estão sob viadutos de algumas das principais vias da cidade de Lisboa e estão a suscitar um aumento de queixas de munícipes junto da Polícia Municipal. O comandante André Gomes confirmou ontem à Lusa que há vários destes locais na cidade, mas não tem dados estatísticos sobre a quantidade de abrigos ou o número de pessoas que recorrem a estes espaços, mas adiantou que "de cada vez que têm sido efectuadas as limpezas, têm sido demolidas entre 25 e 30 barracas".

Segundo o responsável, "não se tem ideia de quantas pessoas serão, pois nunca foram identificadas, mas são homens, mulheres e crianças" e "de todos os locais, os que têm tido mais reclamações são os acampamentos por debaixo do Eixo Norte-Sul e da Radial de Benfica, que têm vindo a aumentar". O vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, João Afonso, disse também à Lusa que não há dados precisos sobre os acampamentos por serem constituídos por comunidades "flutuantes". "Maioritariamente não são portugueses. Tentámos sensibilizá-los para aceitarem outras propostas, já definidas com parceiros, como a Santa Casa e o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, de espaços de pernoita, mas é um grupo que cria distanciamento e alega que não percebe português", explica o vereador.

O comandante André Gomes adianta mesmo que os ocupantes destes acampamentos, segundo dados das brigadas enviados à Polícia Municipal, são "indivíduos de nacionalidade romena" que constroem "toscas barracas de papelão e madeiras soltas, que rapidamente montam, mesmo depois de o local ter sido limpo". O vereador João Afonso sublinha mesmo que estas pessoas "não se mostram disponíveis para ser ajudadas" e que não são considerados sem-abrigo, já que é um grupo que aparentemente vai "organizado para aquele lugar".

A Polícia Municipal de Lisboa já teve acções nos abrigos construídos no parque de estacionamento na Avenida Álvaro Pais e na Avenida das Forças Armadas, junto à Rua da Cruz Vermelha, e sob o viaduto da Avenida Infante D. Henrique, de acesso à Avenida Mouzinho de Albuquerque, junto a Santa Apolónia, além do abrigo construído num terreno descampado junto a um muro na Rua Padre Abel Varzim, no Bairro Casal dos Machados. No parque de estacionamento na Avenida Álvaro Pais foram demolidas, a 20 de Setembro, várias barracas e identificadas três pessoas de nacionalidade portuguesa e outra de nacionalidade estrangeira. Nos últimos anos, a autarquia recebeu várias reclamações sobre acampamentos de estrangeiros na Quinta da Holandesa, junto à Avenida Almirante Gago Coutinho, mas este ano ainda não houve queixas que referissem novas construções de abrigos neste local.


André Gomes adianta que a identificação das pessoas que recorrem a estes abrigos improvisados sob os viadutos não tem sido possível porque estas não estão no local durante as acções de limpeza do Departamento de Higiene Urbana, já que os seus ocupantes aproveitam "para mendigar em vários locais da cidade". Com Lusa 

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