Ministro da Defesa defende revisão da Constituição
Por Luís Claro
publicado em 7 Nov 2013 in (jornal) i online
Barreto não acredita que reforma do Estado seja
possível
O ministro da Defesa, José
Pedro Aguiar-Branco, defendeu ontem a necessidade de rever a Constituição da
República. "É uma questão de afirmação da liberdade da sociedade
civil", disse.
A discussão sobre a revisão da lei fundamental foi reaberta
com a apresentação do guião da reforma do Estado. Ontem, na abertura do ano
académico do Instituto de Defesa Nacional, em Lisboa, Aguiar-Branco, sem
especificar os aspectos que necessitam de mexidas na Constituição, defendeu que
um "Estado social que absorva a sociedade por completo ou que tenda a
absorver a sociedade por completo é um Estado totalitário".
Antes do ministro da Defesa, o sociólogo António Barreto
defendeu que "não é possível" reformar o Estado sem antes fazer uma
"revisão profunda" da Constituição.
A necessidade de mexer na Constituição já tinha sido
defendida anteontem, na Assembleia da República, pela ministra da Justiça,
Paula Teixeira da Cruz, e, na apresentação do guião da reforma do Estado, pelo
vice- -primeiro-ministro, Paulo Portas.
As intenções do governo esbarram, porém, na
indisponibilidade do PS, já que qualquer mexida na lei fundamental exige o
apoio dos socialistas. Isto levou António Barreto a concluir que "reformar
em profundidade não parece possível actualmente".
O sociólogo descreveu os tempos que vivemos, em que governo
e PS parecem cada vez mais longe de alcançar qualquer consenso, como um período
de "excepcional crispação" e de "degradação das relações
políticas e pessoais entre dirigentes partidários". "Nada parece
favorecer a preparação dos consensos alargados necessários", lamentou o
sociólogo.
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