MIGRAÇÕES
Portugal tem mais
de meio milhão de imigrantes
Número foi
anunciado como recorde pelo ministro da Administração Interna no Parlamento.
Sónia Sapage
Sónia Sapage 15
de Janeiro de 2020, 13:01
Portugal tem hoje
580 mil imigrantes. O número foi anunciado esta quarta-feira de manhã pelo
ministro da Administração Interna, durante a audição parlamentar sobre o
Orçamento do Estado para 2020. “Os dados preliminares levam a dizer que em
2019, pela primeira vez na nossa história, é ultrapassada a barreira do meio
milhão de cidadãos estrangeiros a residir em Portugal”, disse Eduardo Cabrita.
No total, serão
já 580 mil os residentes não portugueses a viver em Portugal, quando no final
de 2018 o número se ficava pelos 490 mil. De 2017 para 2018 já se tinha
registado um aumento aumento considerável registado no Relatório de Imigração,
Fronteiras e Asilo (RIFA) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) - em
2017, o número de imigrantes era 421.711).
Eduardo Cabrita
anunciou também que as autorizações de residência atribuídas pelo Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras cresceram de 35 mil em 2015 para 135 mil em 2019. E
aproveitou para defender que Portugal tem “uma política de atracção de quadros
qualificados e trabalhadores” porque precisa de imigrantes.
Em matéria de
vistos gold, o ministro da Administração Interna especificou que 80% destas
autorizações de residência foram referem-se aos concelhos de Lisboa, Cascais,
Oeiras e Sintra, por ser aí que se concentra o investimento imobiliário - o
acumulado, desde 2012, aponta para os 9349 vistos . Esta é, de acordo com o
governante, uma das razões que justifica que o Orçamento do Estado contenha uma
regra para rever o mecanismo dos vistos dourados, desviando-o “do imobiliário”.
Não contente com
a mudança proposta pelo executivo no OE (no sentido de desviar a atribuição
preferencial de vistos gold para os territórios de baixa densidade) o Bloco de
Esquerda entregou esta semana um projecto de lei para acabar com este
incentivo, tal como já fez no passado. Desde que entrou em vigor, em 2012, este
instrumento conduziu ao “adensamento da criminalidade económica” e um aumento
dos preços no imobiliário para valores que “não correspondem aos valores de
mercado”, o que teve efeitos no direito à habitação, defendem os bloquistas.
tp.ocilbup@egapas.ainos
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