Vistos
gold atribuídos até Junho já ultrapassam o total do ano passado
ROSA SOARES
07/07/2016 – PÚBLICO
Programa
atraiu mais de 2,2 mil milhões de euros de investimentos,
maioritariamente aplicado no sector imobiliário.
No primeiro semestre
do corrente ano foram atribuídas 821 autorizações de residência
para investimentos (ARI), mais conhecidos por vistos gold, superando
os 766 concedidos em 2015, ano que ficou marcado por uma forte
travagem na aprovação de pedidos, na sequência do escândalo de
corrupção conhecido por Operação Labirinto.
Os dados do Serviço
de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) mostram que o investimento
resultante dos ARI concedidos superou os 500 milhões de euros, e
continua a ser maioritariamente canalizado para o sector imobiliário,
permanecendo em apenas cinco as atribuições feitas por
investimentos que permitiram a criação de mais de dez postos de
trabalho.
Desde o início do
programa, em finais de 2012, foram atribuídos 3405 vistos pela
aquisição de imóveis (que implica um investimento mínimo de 500
mil euros) e 199 por transferências de capital (de pelo menos um
milhão de euros). O investimento em Portugal realizado por esta via
supera 2,2 mil milhões de euros.
As áreas de
investimento foram alargadas desde Setembro do ano, contemplando
sectores como a reabilitação urbana ou património, bem como a
exigência de menor investimentos quando realizado fora dos grandes
centros urbanos. No entanto, até à data ainda não foram aprovados
pedidos nestes âmbitos.
No mês de Junho,
foram atribuídos 157 vistos gold, o mesmo que no mês anterior e um
ritmo que agrada às associações que mais directamente beneficiam
destes investimentos, a construção e o imobiliário. A aceleração
na aprovação dos processos foi possível através da criação de
um grupo de trabalho que agrega os serviços de vários ministérios,
com destaque para os Negócios Estrangeiros e Administração
Interna.
Comentando os
números divulgados, Luís Lima, presidente da APEMIP, a associação
das empresas imobiliárias, referiu que “o crescimento face a 2015
é muito positivo, reflecte a normalização do mercado e serve para
confirmar o investimento que se perdeu no ano passado, aquando a
estagnação do programa”.
Manuel Reis Campos,
presidente da CPCI, a confederação que agrega as empresas de
construção e do imobiliário, considera que a evolução do
investimento captado espelha “a elevada qualidade” dos activos
imobiliários nacionais, que se encontram a "um preço
internacionalmente muito competitivo”.
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