Há
cinco propostas para o novo visual das esplanadas da Baixa de Lisboa
Gonçalo
Campos, Daniel Caramelo, Rita Filipe, Francisco Providência e Pedro
Sottomayor foram os designers que participaram no concurso de ideias
para a requalificação do espaço público da capital
Inês Boaventura /
18-7-2016 / PÚBLICO
Célia Mota, da
Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, explica que as licenças
para a ocupação da via pública com mobiliário urbano são anuais
e que os novos modelos de esplanada deverão ser adoptados, de forma
gradual, no próximo ano
Dos oito designers
convidados pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, pela Câmara
Municipal de Lisboa e pelo Museu do Design e da Moda (Mude) para
definir “um novo modelo para as esplanadas” da Baixa pombalina e
“para o mobiliário urbano nelas utilizado”, houve cinco que
responderam ao repto. O vencedor, cuja proposta deverá ser
concretizada no terreno de forma gradual, vai ser revelado esta
semana.
NUNO FERREIRA SANTOS
Requalificar o
espaço público e favorecer a partilha harmoniosa entre moradores,
comerciantes e turistas é o objectivo da iniciativa
“Requalificar o
espaço público” e “criar condições para a sua partilha
harmoniosa entre comerciantes, turistas, transeuntes e moradores
locais” eram os objectivos desta iniciativa. Isso mesmo pode ler-se
num dos expositores que por estes dias estão colocados na Rua
Augusta, à porta do Mude, e nos quais se explica também que se
pretendeu “que fosse garantida uma unidade do conjunto, sem deixar
de permitir uma certa diversidade de esplanadas, que espelhe as
diferentes filosofias de cada estabelecimento comercial”.
Nesses expositores,
é também possível ficar a conhecer o essencial das propostas que
foram apresentadas no âmbito deste concurso de ideias, lançado em
Dezembro de 2015. A previsão inicial era que o vencedor fosse
conhecido em Maio, mas esse prazo não se concretizou. Segundo foi
transmitido ao PÚBLICO pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior,
a decisão do júri (que foi presidido por Bárbara Coutinho,
directora do Mude) já está tomada e deve ser anunciada hoje ou
amanhã.
Gonçalo Campos,
Daniel Caramelo, Rita Filipe, Francisco Providência e Pedro
Sottomayor foram os artistas que aceitaram o desafio de repensar as
esplanadas da Baixa. Aquele que tiver conquistado o júri será
convidado a celebrar com a junta de freguesia um contrato, “tendo
em vista apoiar e aconselhar” essa entidade “na implementação
do modelo vencedor”.
O primeiro designer
apresentou uma proposta em que saltam à vista os toldos e
chapéus-de-sol pretos, com o nome dos estabelecimentos em letras
brancas. As cadeiras surgem aqui com cores diferentes, algumas com
assentos de madeira e outras não.
Já na proposta de
Daniel Caramelo sobressaem as cores vivas, que se repetem nas mesas e
cadeiras e também nos suportes informativos onde os comerciantes
podem escrever as ementas dos seus estabelecimentos. Os resguardos
contra o vento são em vidro e os chapéusde-sol em cru.
Quanto à proposta
de Rita Filipe, destacam-se os chapéus-de-sol, que são crus por
baixo e coloridos por cima, e que têm iluminação no seu interior.
A designer sugere a adopção de diferentes cores em diferentes
artérias, propondo, por exemplo, que no Rossio os chapéus sejam
vermelhos e noutras áreas azuis ou verdes.
Na proposta de
Francisco Providência, o mobiliário é escuro e os toldos e
chapéus-de-sol têm uma particularidade: os primeiros ostentam
riscas amarelas e brancas ou cor-de-rosa e brancas, e os segundos têm
pintados elementos de natureza, como troncos ou ervas.
Finalmente, Pedro
Sottomayor apresentou uma proposta que contempla vários modelos de
cadeiras, com várias cores, todas elas suaves. Para os elementos que
podem ser colocados sobre as mesas (como menus e toalhetes de papel),
o designer propõe um conjunto de padrões geométricos em tons
sóbrios.
Pedro Sottomayor
propôs ainda, como se lê num dos expositores à porta do Mude, que
na Rua Augusta as esplanadas deixem “a área central” e passem
para junto das fachadas dos prédios. O objectivo é libertar o eixo
central para a circulação dos peões.
Ao PÚBLICO a chefe
da Divisão de Gestão Territorial da Junta de Freguesia de Santa
Maria Maior explica que as licenças para a ocupação da via pública
com mobiliário urbano são anuais, tendo algumas delas sido emitidas
por este órgão muito recentemente. Assim sendo, diz Célia Mota, o
mais provável é que os novos modelos de esplanada sejam adoptados,
de forma gradual, ao longo do próximo ano.
Já o presidente da
junta de freguesia sublinha a “qualidade” das propostas recebidas
e defende a ideia de que “esplanadas mais atraentes também são
mais rentáveis”. Com este argumento, Miguel Coelho procura
demonstrar que o processo que está em marcha é vantajoso para
todos, incluindo para os comerciantes, que terão de investir na
aquisição de novo mobiliário urbano. Numa informação escrita
enviada pela sua assessoria de imprensa, a junta acrescenta que irá
reunir-se com os empresários para discutir este tema.
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