Nas
novas esplanadas da Baixa quer-se “diversidade” sem perder a
“coerência”
A
proposta do designer Pedro Sottomayor foi a vencedora do concurso
organizado pela freguesia de Santa Maria Maior
Inês Boaventura /
19-7-2016 / PÚBLICO
Pedro Sottomayor foi
o vencedor do concurso de ideias para as esplanadas da Baixa de
Lisboa. O designer, que propôs também a realização de
“intervenções estruturantes” na Rua Augusta e na Rua dos
Correeiros, explica que se procurou “fomentar a diversidade entre
estabelecimentos mantendo uma coerência formal simples e sóbria,
adequada a uma zona histórica”.
Esta é a proposta
para a Rua dos Correeiros, para onde se sugere “a renovação da
calçada”
Na proposta
vencedora, que resulta de um trabalho desenvolvido com a CANRAN
Arquitectura e com a White Studio, sublinha-se a necessidade de se
“melhorar a zona para a sua futura nomeação como Património da
Humanidade” e de “ao mesmo tempo dar aos cidadãos um espaço
renovado, coerente, confortável e agradável”. Nesse sentido, os
autores quiseram “respeitar individualmente cada estabelecimento,
dando opções e possibilidades de escolha (...), mas impondo limites
que evitem que a ambição de visibilidade de cada um choque com o
próximo e gere na globalidade um ambiente de abusos e casos”.
A proposta prevê
que em todas as esplanadas da Baixa seja usado um só modelo de mesa,
“simples” e “empilhável”, de tampo quadrado e pés em aço.
Os comerciantes poderão escolher entre uma de sete cores definidas e
optar por um “tampo metálico lacado da mesma cor ou em
contraplacado de madeira”.
Já nas cadeiras a
proposta contempla “cinco possíveis modelos de cadeiras”, dos
quais três são “considerados clássicos” (e entre os quais se
inclui o modelo conhecido como “Gonçalo”). As cadeiras metálicas
poderão ter uma de sete cores definidas, “com assento metálico
lacado da mesma cor ou em contraplacado de madeira”, enquanto as
cadeiras de madeira poderão ter a tela numa de três cores.
As esplanadas junto
às fachadas dos prédios terão ao seu dispor um conjunto de
“equipamentos opcionais”, “para melhoria do conforto do
utilizador”: “toldos extensíveis, com iluminação led opcional,
corta-ventos extensíveis e aquecimento fixo às fachadas”. Já nas
esplanadas “abertas” (que não ficam encostadas a edifícios) os
comerciantes poderão utilizar “chapéus-de-sol telescópios de
medida fixa, com iluminação led opcional alimentada apenas a
bateria integrada e aquecimento móvel de pavimento”.
Em relação às
cores dos materiais, destaca-se na proposta a sua sobriedade,
explicando-se que o ponto de partida foram as cores “que existem já
no pavimento”: o branco e o preto, aos quais foi acrescentado o
cinzento. “Os equipamentos de carácter mais fixo, como os toldos,
os chapéus-de-sol, os corta-ventos e os menus de pavimento e fachada
utilizam apenas estas três cores”, diz-se, explicando-se que para
os “equipamentos mais móveis, como mesas, cadeiras e toalhas”
foram acrescentadas “mais quatro cores, mantendo a harmonia com as
três cores-base”.
A proposta de Pedro
Sottomayor indica que na Rua Augusta as esplanadas deixem a área
central e passem para junto das fachadas, “libertando o eixo
central para os que ali circulam e visitam”.
Já para a Rua dos
Correeiros, que se pretende que se afirme “como um grande eixo de
interesse de restauração/hotelaria na Baixa de Lisboa”, sugere-se
“a renovação da calçada com um novo desenho original”.
Aponta-se também a hipótese de toda esta artéria ter “aquecimento
por piso radiante”, o que “seria uma solução quase única no
mundo, digna de se tornar referência internacional pela sua
excelência”.
Em comunicado a
Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, que promoveu este concurso
de ideias em parceria com a Câmara de Lisboa e o Museu da Moda e do
Design, explica que “a equipa vencedora será convidada a celebrar
um contrato por um período de 12 meses de serviços de apoio e
aconselhamento da Junta de Freguesia na implementação do modelo
vencedor”.
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