sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Mundo caminha para crise maior do que a de 2008, alerta agência de “rating” chinesa.



BEIJING – The world economy may slip into a new global financial crisis in the next few years, China’s Dagong Rating Agency Head Guan Jianzhong said in an interview with TASS news agency on Wednesday.

“I believe we’ll have to face a new world financial crisis in the next few years. It is difficult to give the exact time but all the signs are present, such as the growing volume of debts and the unsteady development of the economies of the US, the EU, China and some other developing countries,” he said, adding the situation is even worse than ahead of 2008.”

“The current crisis in Russia is caused by Western countries’ sanctions rather than internal factors. If we look at the US and the EU countries, their crises were caused by internal and not external factors,” the president of China’s Dagong rating agency said.

“As distinct from Russia, the scope of crediting in these countries exceeded the potential for the production of goods and created a bubble. This crisis was transmitted to the entire world through the policy of quantitative easing and the use of the printing press. All the countries had to pay for that,” he said.

A setback in the growth model focused on credit-based consumption may become a source of a new crisis, he said.

“Developed countries, including the US and the EU, remain the main consumers. But these countries develop only if there is consumer demand while the main potential for this consumption is based on borrowings. The US, the EU and Japan are increasing consumption through growth in crediting, which poses a risk,” he said.

Some emerging market countries have also been increasing consumption through crediting in recent years and the global economy has been based on the model that promotes consumption through funds that will be earned in the future,” the head of China’s Dagong rating agency said.

Mundo caminha para crise maior do que a de 2008, alerta agência de “rating” chinesa
EDGAR CAETANO 6/2/2015 / OBSERVADOR

Agência de "rating" chinesa Dagong alerta que a economia global pode estar a caminhar para uma grave crise e que esta pode estalar nos próximos anos. De quem é a culpa? Da "máquina impressora".

A economia global caminha para uma crise financeira que pode ser mais gravosa do que a crise que estourou nos EUA em 2008. O alerta é do presidente da agência de rating chinesa Dagong, Guan Jianzhong, que diz que a culpa é da “máquina impressora” a que os bancos centrais têm recorrido em demasia para compensar o fracasso do modelo de crescimento baseado no crédito.

“Acredito que vamos enfrentar uma nova crise financeira mundial nos próximos anos”, afirmou quinta-feira o chinês Guan Jianzhong, presidente da chinesa Dagong Rating Agency. Citado por uma agência noticiosa russa, a TASS, o especialista explicou que “é difícil dizer exatamente quando pode acontecer, mas todos os sinais de alerta estão presentes: volume crescente de dívidas e um progresso económico instável das economias nos EUA, Europa, China e outros países em desenvolvimento”.

As declarações do presidente da Dagong surgiram no mesmo dia em que um relatório da consultora McKinsey calculou que o endividamento total a nível global aumentou em 57 biliões de dólares desde 2007, de 142 biliões para 199 biliões de dólares. Em simultâneo, a dívida total em proporção do Produto Interno Global (PIB) anual subiu de 269% de 286%.

“Os países desenvolvidos, incluindo os EUA e a União Europeia, continuam a ser os grandes consumidores. Mas estes países apenas irão crescer se houver procura para o consumo, num contexto em que o principal potenciador deste consumo é o crédito“, diz Guan Jianzhong. “Os EUA, a Europa e o Japão estão a aumentar o consumo através do crescimento do crédito, o que representa um risco”, acrescenta.


Os riscos de que fala o presidente da Dagong são exacerbados pelo facto de “estes países terem excedido o potencial para a produção de bens, criando uma bolha“. O problema tornou-se global, na opinião de Guan Jianzhong, “através das políticas de expansão monetária e do recurso à impressora” por parte dos principais bancos centrais.

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