Mundo caminha para crise maior do
que a de 2008, alerta agência de “rating” chinesa
EDGAR CAETANO 6/2/2015
/ OBSERVADOR
Agência de "rating" chinesa Dagong alerta que a economia global
pode estar a caminhar para uma grave crise e que esta pode estalar nos próximos
anos. De quem é a culpa? Da "máquina impressora".
A economia global
caminha para uma crise financeira que pode ser mais gravosa do que a crise que
estourou nos EUA em 2008. O alerta é do presidente da agência de rating chinesa
Dagong, Guan Jianzhong, que diz que a culpa é da “máquina impressora” a que os
bancos centrais têm recorrido em demasia para compensar o fracasso do modelo de
crescimento baseado no crédito.
“Acredito que
vamos enfrentar uma nova crise financeira mundial nos próximos anos”, afirmou
quinta-feira o chinês Guan Jianzhong, presidente da chinesa Dagong Rating
Agency. Citado por uma agência noticiosa russa, a TASS, o especialista explicou
que “é difícil dizer exatamente quando pode acontecer, mas todos os sinais de
alerta estão presentes: volume crescente de dívidas e um progresso económico
instável das economias nos EUA, Europa, China e outros países em
desenvolvimento”.
As declarações do
presidente da Dagong surgiram no mesmo dia em que um relatório da consultora
McKinsey calculou que o endividamento total a nível global aumentou em 57
biliões de dólares desde 2007, de 142 biliões para 199 biliões de dólares. Em
simultâneo, a dívida total em proporção do Produto Interno Global (PIB) anual
subiu de 269% de 286%.
“Os países
desenvolvidos, incluindo os EUA e a União Europeia, continuam a ser os grandes
consumidores. Mas estes países apenas irão crescer se houver procura para o
consumo, num contexto em que o principal potenciador deste consumo é o
crédito“, diz Guan Jianzhong. “Os EUA, a Europa e o Japão estão a aumentar o
consumo através do crescimento do crédito, o que representa um risco”,
acrescenta.
Os riscos de que
fala o presidente da Dagong são exacerbados pelo facto de “estes países terem
excedido o potencial para a produção de bens, criando uma bolha“. O problema
tornou-se global, na opinião de Guan Jianzhong, “através das políticas de
expansão monetária e do recurso à impressora” por parte dos principais bancos
centrais.
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