Verão em Portugal vai ter ondas de calor mais prolongadas
Jornal i 21/05/2019
18:06
Temperaturas vão chegar aos 43ºC durante vários dias
seguidos
Não é novidade que as mudanças repentinas de tempo têm
marcado os últimos meses. Ora um dia os termómetros descem até aos 20ºC e a
chuva regressa, ora no dia seguinte os termómetros sobem até aos 30ºC e o sol
brilha. No entanto, esta realidade vai continuar e os especialistas estimam que
as ondas de calor na Península Ibérica sejam mais prolongadas, estimando que os
termómetros cheguem aos 43ºC durante vários dias seguidos.
O site Accuweather – um site que faz previsões
meteorológicas a nível mundial – revelou em comunicado que “mesmo quando as
ondas de calor passarem, as temperaturas vão manter-se perto ou mesmo acima do
normal, para pouco tempos depois subirem para níveis novamente perigosos”.
Quanto às noites, o site também alerta, que estas vão ser mais
quentes do que o normal. E deixa o aviso: “O ar condicionado não terá
possibilidade de fazer baixar as temperaturas das casas para o calor que se irá
fazer sentir no dia seguinte”.
As previsões indicam que o calor extremo deverá atingir a
Península Ibérica já no próximo mês, fazendo com que o risco de incêndio
aumente e que essa ameaça se estenderá "até ao outono, com o clima a
manter-se seco e quente durante mais algum tempo”.
“Aprés nous le Déluge!”
Em nome do PIB Costa está disposto a vender, a prostituir e
a alienar os habitantes, a destruir todo o tecido social e a identidade local e
nacional.
António Sérgio Rosa de Carvalho
13 de Outubro de 2018, 6:14
“Se o vento tivesse soprado de Oeste tinha ardido a serra
toda”. Foi esta a conclusão com que fomos ‘consolados’ após a catástrofe de
Sintra. Foi um milagre! Afirmou o Presidente, e com esta conclusão pertencente
à melhor tradição Lusa, da ‘gestão’ da fatalidade e do imponderável,
neutralizámos assim o facto de que os governantes, perante o desafio, pareciam
umas ‘baratas tontas’ e andaram atarantados, atrás dos acontecimentos.
O problema, tal como um pertinente artigo posterior do
PÚBLICO provou, é que Bruxelas tinha avisado antecipadamente dos perigos e da
urgência de um planeamento estratégico, e de uma nova atitude explícita de
antecipação ao facto de a Península Ibérica ser uma das zonas mais expostas ao
aquecimento global/ alterações climáticas.
Mas tanto na gestão da floresta como na gestão futura do
transporte ferroviário, a incompetência e a ausência total de uma visão ou
estratégia para o futuro é grave e confrangedora. Espera. Não. É mais do que
isso. Perante as consequências, é criminosa.
Sim, porque no caso do transporte ferroviário, Portugal
falhou os fundos disponíveis de Bruxelas para investimento, simplesmente porque
se não candidatou.
Mas o que tem isto dos comboios a ver com o aquecimento
global, perguntará o leitor ...
Tem tudo a ver, pois Portugal não está ligado ao corredor
Ibérico da alta velocidade que constitui uma das únicas alternativas ao
altamente poluidor transporte rodoviário e aéreo.
Ora, isto da democratização da mobilidade é complicado.
Especialmente na era do turismo de massas. É complicado na sua relação com o
impacto ambiental e pegada de carbono. Em 2015, data da assinatura do Acordo de
Paris o número de voos comerciais foi de 34 milhões. Em 2018 esse número já vai
em 39 milhões. E, claro a tendência é para duplicar estes números até 2030.
O número de chegadas turísticas na Europa em 2015, data da
assinatura do Acordo de Paris, foi de 605,1 milhões. Em 2017 já foi 670,6. 2018
já apresenta um crescimento de 7% em relação ao ano passado.
Ora, nós sabemos através da esgrima de artigos de opinião
que se sucedem no debate dos benifícios e malifícios do turismo, que este tema
está fortemente presente na opinião pública e merece forte atenção de vários
‘lobbies’.
“O problema na habitação não é culpa do turismo”. Correram a
afirmar sucessivamente Costa, Medina e Marcelo. Isto imediatamente confirmado
pela ALEP e pelo poderoso lobby do Alojamento Local.
Tanto mais que a colaboração entre a ALEP, a AIRBNB e afins
está assegurada, pois eles ‘ajudam’ no registo e controle do fenómeno. Desde o
início, Medina elegeu-os como cúmplices e colaboradores com a mesma
tranquilidade e naturalidade como se elege a raposa como principal guardiã da
capoeira.
Quando foram anunciadas, finalmente, tímidas medidas de
controle nas principais freguesias do centro, sem se consultarem as mesmas
freguesias, assistiu-se a uma corrida desenfreada aos novos registos que são já
da ordem dos milhares.
Tudo isto ilustra a total dependência de Costa, mago
geringonço no seu jogo das três panelas e duas tampas, das receitas turísticas.
Para isso e em nome do PIB ele está disposto a vender, a prostituir e a alienar
os habitantes, a destruir todo o tecido social e a identidade local e nacional.
Só para dar um pequeno contra-exemplo. Em Amesterdão, a
coligação de partidos que governam o municipal decidiu em reunião e por
unanimidade retirar de imediato (10 de Outubro) os famosos signos de letras
gigantescas IAMSTERDAM que se encontravam em sítios estratégicos e muito
apreciados pelos turistas.
A medida foi justificada como um acto simbólico de abertura
de um novo período onde a cidade vai deixar de promover o Turismo e a
disneyficação da cidade. Para isso fechou o Bureau de marketing de Turismo.
Amsterdam quer reencontrar a sua “alma” e o municipal quer
explicitamente deixar de investir no “Big Money” e dirigir toda a sua atenção
aos verdadeiros habitantes de Amesterdão, e estes não são os turistas, foi dito
abertamente.
E agora a última pergunta. Com o novo relatório do IPCC que
anuncia que a urgente e incontornável fronteira/ limite são os 1,5 graus para o
planeta e o tempo limite são de 12 anos para radicalmente inverter o processo
do Apocalipse, que pensam Costa, Medina e Marcelo sobre este assunto e o papel
da mobilidade incontrolada e o turismo de massas, neste desafio definitivo.
É que segundo as estimativas a Península Ibérica vai
transformar-se num imenso deserto inabitável. Assim foi salvo o PIB e o outro
problema dos habitantes também foi resolvido.
Simplesmente, deixaram de existir!
Sem comentários:
Enviar um comentário