O Joeker vai continuar a rir-se?
ana gomes
Hoje às 00:05
Joe Berardo, depois da deposição burlesca na AR, virou
Joeker. Goza com as nossas caras e vai-nos ao bolso: são quase mil milhões que
deve a três bancos, incluindo a CGD. Em "imparidades" que não paga, à
espera que todos nós paguemos.
Ri-se do povo e do Estado, blindado pela impunidade. Os
ricos e poderosos em Portugal - os chiques e os boçais - especializaram-se em
não ter nada para responder pelas colossais dívidas, a não ter lucros, só
prejuízos e empréstimos sem garantias...
Pequenos devedores que desemprego ou falência impediram de
pagar empréstimos são desumanamente despejados e expropriados; uns poucos
privilegiados, a quem a Banca emprestou milhões ao serviço de insidiosas
estratégias de poder, nunca responderam por negócios ruinosos e falcatruas. E
contam não responder: com o tempo que leva a nossa Justiça, garante-se...
injustiça!
Ao gargalhar na AR, Berardo achincalhou o Estado. Exige-se
imediata ação!
O PR tem de lhe retirar as condecorações. Não quererá que se
especule como conviveu com o "centrão" que usou Berardo (já bem basta
Salgado...).
O PM tem ministro das Finanças para ordenar à Autoridade
Tributária que investigue a vida fiscal de Berardo, familiares, advogados, etc.
e apure desconformidades com património ostentado e o de que sejam beneficiários
efetivos, via fundações, associações, sociedades, trusts, IPSS, etc... Indícios
de crimes fiscais e de branqueamento podem fundamentar arresto de bens em favor
do Estado. Palácio, vinhas da Bacalhoa e outras quintas - muito faltará ainda
para ressarcir o Estado. E nada mais dói aos escroques que confiscarem-lhes
património arrecadado!
O Banco de Portugal tem de dar dados sobre os
administradores dos bancos que concederam créditos sem garantias a Berardo e
quejandos, além das "restruturações" que perdoaram milhões... Dados
que podem interessar à AT...
A ministra da Cultura deve mandar apagar o nome do Joeker
das paredes do CCB, além de nacionalizar a Coleção de Arte.
A ministra da Justiça deve atualizar a lei de recuperação de
ativos, à luz das mais recentes diretivas da UE sobre confisco do produto de
branqueamento de capitais e criminalidade conexa, de forma a utilizar o
processo cível independentemente de condenação penal.
Sim, é preciso coragem política. Não só pelo desplante
desafiador de Berardo. Há outros escroques que também lesaram o Estado e Banca
e que continuam impunes, a gozar e a gozar-nos. Faltando justiça, mais importa
que presidente e Governo mostrem que ainda há Estado!
*EURODEPUTADA
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