Para controlar excesso de turistas, Amsterdão vai
desencorajar as visitas
A cidade, com menos de 1 milhão de habitantes, recebe quase
19 milhões de turistas por ano. E continua a crescer. Contenção é a palavra de
ordem.
Andreia Friaças 9 de Maio de 2019, 21:16
Amesterdão tornou-se vítima do seu próprio sucesso. Depois
de as campanhas governamentais promoverem a Holanda como “atracção turística”,
a capital holandesa, com cerca de 850 mil habitantes, começou a receber cerca
de 19 milhões de turistas por ano, um número em crescimento.
Para impedir que o fluxo aumente, o Conselho do Turismo vai
alterar a estratégia de comunicação: a “promoção” turística vai ser substituída
pela “gestão”. Isto é, a capital e os locais mais visitados vão ter políticas
desencorajadoras ao turismo, enquanto as zonas menos conhecidas vão sofrer um
plano de marketing promocional.
Já se notam esforços municipais para reduzir as multidões
que todos os dias passeiam pela capital do país. As autoridades anunciaram que
as visitas guiadas à red light district vão ser proibidas e os turistas vão
pagar um imposto adicional noutras excursões. Há também um programa do
município, apelidado Cidade em Equilíbrio, que prevê a suspensão de novos
hotéis, lojas de souvenirs, pontos de venda de ingressos, ou das célebres lojas
de queijos da cidade. É igualmente prevista uma maior limitação do número de
passageiros que o aeroporto de Schiphol pode receber.
A utilização de plataformas como o Airbnb ou o Booking
tornou-se limitada – os proprietários não podem alocar os alojamentos a este
tipo de serviços durante mais de 30 dias por ano.
Em Dezembro do ano passado, o famoso letreiro I amsterdam
foi retirado da praça Rijksmuseum. Femke Halsema, presidente da Câmara de
Amesterdão, disse que era transmitida uma mensagem demasiado “individualista”,
mas o objectivo era principal era reduzir o número de turistas que ocupava a
praça diariamente.
No ano passado, Femke Halsem avançou com um conjunto de
medidas que pretende reforçar a limpeza da cidade. As pessoas que urinarem,
estiverem bêbadas ou que façam excessivo barulho podem pagar uma multa de 140
euros.
Os famosos campos de tulipas – especialmente o Keukenhof –
também estão a sofrer com a quantidade de turistas que pisam ou danificam as
flores, o que levou as empresas a criar um documento que aconselha os turistas
a não tirar selfies nos jardins.
Um relatório do Conselho de Turismo Holandês, citado pelo
jornal holandês De Telegraaf, prevê um fluxo de 42 milhões de turistas em 2030
para o país, que tem cerca de 17 milhões de habitantes.
tp.ocilbup@sacairf.aierdna
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