Amazónia perdeu 953 mil hectares de áreas protegidas em 30
anos
Unidades de conservação estavam teoricamente protegidas de
operações de desmatamento, mas mesmo aí a Amazónia perdeu área florestal.
Lusa
21 de Maio de 2019, 17:25
A Amazónia brasileira perdeu nos últimos 30 anos 953 mil
hectares em áreas pertencentes a unidades de conservação e terras indígenas que
deveriam estar preservadas, segundo aponta um levantamento publicado esta
terça-feira pelo portal G1, da Globo. Entre 1985 e 2017, o Brasil desmatou 11%
da sua área de florestas. Desse total, 61,5% do desmatamento foi registado na
Amazónia.
Com base em imagens de satélite disponibilizadas pelo
projecto Mapbiomas, uma parceria entre universidades, ONG e o Google, os dados usados
pelo G1 indicam que as áreas de protecção que deveriam ser preservadas no
Brasil já estão cercadas de territórios desmatados.
Embora as áreas de conservação sofram grande pressão, ainda
são responsáveis pelas maiores áreas de conservação da floresta amazónica.
Em 1985, as áreas de protecção ambiental e reservas
indígenas na Amazónia brasileira representavam 47% da área de floresta.
Actualmente, o índice chega a 53%, de acordo com a monitorização de satélite do
projecto Mapbiomas.
Fora das áreas protegidas, a floresta amazónica perdeu 40,8
milhões de hectares para actividades ligadas ao agro-negócio no Brasil. Pastos
para criação de gado e agricultura representam 84% do que se tornou a Amazónia
brasileira nos últimos 33 anos, indicou o levantamento.
Actualmente, o Brasil tem 344 unidades de conservação, o que
equivale a 9,1% do território e 24,4% da faixa marinha do país. Grande parte
destas áreas está na floresta amazónica.
A sobrevivência das actuais Unidades de Conservação do
Brasil, porém, não é certa. O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo
Salles, declarou à imprensa brasileira que fará uma revisão das unidades de
conservação ambiental do país porque muitas delas foram criadas “sem nenhum
tipo de critério técnico”. O Presidente Jair Bolsonaro também prometeu rever a
delimitação das reservas indígenas, questionando igualmente a sua fundamentação
técnica.
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