quarta-feira, 22 de maio de 2019

Álvaro Siza constrói torre em Nova Iorque



Ora muito bem. A Guta foi ‘experimentar’ para Manhattan e deixou Lisboa em paz.
Torres em Nova Iorque, sim. Agora ‘Torres do Tejo’, ‘Manhattan de Cacilhas’ e ‘Torre Portugália’ em Lisboa, Não e Não e Não

OVOODOCORVO

Álvaro Siza constrói torre em Nova Iorque
Arquiteto apresenta esta quarta-feira no Lincoln Center a sua primeira obra nos EUA, uma torre de habitação em Manhattan. Durante a construção serão exibidas obras de arte portuguesas comissariadas por Guta Moura Guedes

Valdemar Cruz
21.05.2019 às 17h29

Há já muitos meses era possível ver no escritório de Álvaro Siza Vieira os desenhos de uma obra em evolução. Percebia-se-lhe a entrega. Percebia-se a importância de uma abordagem cuidada de um projeto ao qual estava a dedicar a máxima atenção. Esta quarta-feira, às 18 horas locais, (13 horas em Portugal), o Prémio Pritzker procederá à apresentação da torre com 37 andares e 80 apartamentos encomendada por uma empresa de construção que já antes entregara outro edifício ao japonês Tadao Ando, também vencedor do Pritzker em 1995.

Haverá um debate com a presença de Siza e de Paul Goldberger, um dos mais importantes críticos de arquitetura dos EUA. A introdução à discussão, a convite das empresas norte-americanas Sumaida + Khurana e Leny. está a cargo de Guta Moura Guedes, presidente da Exprimentadesign.

Contactada pelo Expresso em Londres, em trânsito para Nova Iorque, onde já está Álvaro Siza, Guta sublinha o cuidado posto pelos promotores em associar sempre uma galeria de arte ao projeto e, de seguida, editar um livro sobre tudo quanto envolve o processo construtivo.

A primeira pedra da obra foi lançada há uns meses e o edifício deverá estar pronto no prazo de um ano. É uma torre para habitação e, pelas imagens já disponíveis, Guta considera tratar-se de “uma torre muito fina, muito elegante, muito transparente, que terá um embazamento em granito português". A galeria de arte, instalada num outro edifício tem o chão coberto de mármore de Estremoz.

Na introdução ao debate, a presidente da Experimentadesign tratará de falar das muitas histórias sobre Siza que há ainda para contar. Desde logo, friza, “abordar a importância do arquiteto no panorama da arquitetura mundial, uma vez que é um dos mais importantes arquitetos vivos e em atividade”.

Uma outra componente a realçar passará pela abordagem do espírito de Siza, “da sua inteligência, ironia e humor, e do modo como é único na sua forma de trabalhar. Há em Siza uma rara aproximação ao detalhe e é importante falar do modo como desenha e como se entrega ao projeto”.

As obras de arte em exposição, uma escultura em ferro pintada de Gonçalo Barreiros, uma pintura em encáustica sobre madeira de João Queiroz, e quatro trabalhos em tinta sobre papel de Catarina Dias ficarão depois no hall do prédio.

A opção de Guta, quando foi convidada há vários meses foi a de trabalhar com artistas de nova geração. Há ainda uma outra obra a ser encomendada, para ser concebida para um local específico, e que provavelmente será entregue a um artista mais velho.

No processo, que contou com a participação de Michael Gabellini, reponsável pelo design interiro da torre, começaram por ser selecionados 15 artistas e mais de 40 obras. Numa fase seguinte chegaram a seis obras, das quais quatro são de Catarina Dias.

Neste projeto há uma diferença substancial se comparado com o que se passou com tadao ando, uma vez que daquela colaboração não resultou a presença de qualquer obra de arte japonesa no edifício construído.

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