Pelos vistos a
única pessoa que não está preocupada é a Ana Mendes Godinho a Secretária de
Estado do Turismo. O FMI e a Comissão Europeia estão a monitorizar . Ler em
baixo artigos / comentários.
OVOODOCORVO
Preço das casas
no centro histórico de Lisboa duplicou desde a crise
Rafaela Burd
Relvas
11:46
O preço médio das
casas no centro histórico de Lisboa já é de 4.472 euros por metro quadrado. É
mais do dobro do que em 2013, quando se registaram os preços mais baixos.
Oaumento dos
preços das casas no centro histórico de Lisboa tem vindo a abrandar, mas
mantém-se. No segundo semestre do ano passado, os preços aumentaram perto de 6%
e já ultrapassam os 4.400 euros por metro quadrado. E, numa análise mais
alargada, o aumento é revelador: desde 2013, ano em que os preços nesta área da
capital registaram o valor mais baixo desde que o levantamento é feito, o preço
do metro quadrado mais do que duplicou.
Os dados,
divulgados esta segunda-feira, são da consultora Confidencial Imobiliário, que
analisa a evolução dos preços nas freguesias da Misericórdia, Santa Maria Maria
Maior e São Vicente, tendo por base os dados dos direitos de preferência de que
a Câmara Municipal de Lisboa goza no quadro da Área de Reabilitação Urbana.
Segundo a
consultora, o preço das casas no centro histórico de Lisboa aumentou 5,9% no
segundo semestre de 2017 em relação ao semestre anterior, alcançando uma média
de 4.472 euros por metro quadrado, um novo máximo desde que o índice começou a
ser produzido, em 2008. Esta variação representa um abrandamento do aumento dos
preços e é mesmo a mais reduzida desde o final de 2015. Já em relação ao
segundo semestre de 2016, a evolução dos preços no final de 2017 foi de 21,1%,
também inferior à que tinha sido registada em semestres anteriores.
Ricardo
Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, refere que, “tendo em conta o
patamar de preços entretanto atingido”, o aumento “tenderá a suavizar, embora
mantendo um percurso de valorização”.
Recuando até aos
anos da crise, os preços no centro histórico de Lisboa já mais do que
duplicaram. O ponto mais baixo dos preços foi atingido no primeiro semestre de
2013; desde então, aumentaram em 110%. Já relativamente a 2008, ano em que este
índice começou a ser feito, os preços estão 67% mais altos.
Se preço das
casas continuar a subir, Bruxelas pede “monitorização”
Lusa
7 Março 2018
Na perspetiva da
Comissão Europeia, o preço real das casas ainda se encontra “subvalorizado”.
Mas caso o ritmo de crescimento se mantiver, recomenda-se uma monitorização
mais próxima deste indicador.
A Comissão Europeia
considerou que a recuperação dos preços das casas em Portugal registado em 2016
e 2017 corresponde a “uma correção de valores anteriormente baixos”, o que, no
entanto, poderá afetar a procura interna.
No relatório
sobre Portugal, divulgado no âmbito do “pacote de inverno do semestre europeu”,
o executivo comunitário conclui que “os riscos ligados ao dinamismo renovado no
setor habitacional parecem estar controlados atualmente”. Se o atual ritmo
acelerado do crescimento do preço real das casas for mantido a médio prazo em
Portugal, recomenda-se uma monitorização mais próxima deste indicador, lê-se no
relatório, apurando que o rápido aumento de preços já está a afetar a procura
interna e “pode agravar a questão da acessibilidade da habitação”.
Para a Comissão
Europeia, o aumento de preços das casas foi, “principalmente, restrito às áreas
turísticas”, já que, no geral, os valores no setor da habitação “ainda estão a
recuperar da queda da crise”. “A concentração de aumento de preços nas áreas
turísticas, incluindo projetos de transformação de propriedades residenciais em
instalações de alojamento, sugere que o mercado imobiliário é atualmente
impulsionado, principalmente, por procura externa e investimentos relacionados
com o turismo”, referiu o executivo comunitário, acrescentando que “os fatores
domésticos parecem muito mais fracos, já que o stock de empréstimos
hipotecários ainda está em declínio”.
De acordo com o
relatório, o aumento de preços em 2016 e 2017 “ocorre após um longo período de
declínio e é visto até agora como uma correção da desvalorização passada em vez
de uma acumulação de novos desequilíbrios”. Na perspetiva da Comissão Europeia,
o preço real das casas ainda se encontra “subvalorizado”. Em relação ao setor
da construção, o executivo comunitário recomenda uma avaliação das restrições
existentes para “entender se são uma barreira para o aumento da oferta de
habitação”.
FMI alerta para
escalada no preço das casas em Portugal
Paulo Moutinho
23 Fevereiro 2018
O preço das casas
tem vindo a acelerar. Está já em níveis pré-crise, evolução que está a alarmar
o FMI. Diz que é preciso monitorizar a subida. E tomar medidas para evitar
stress na banca.
Os preços das
casas não param de subir. E o Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta para a
necessidade de se monitorizar esta escalada para evitar repetições de problemas
do passado, nomeadamente a escalada nos níveis de incumprimento do crédito à
habitação que deixou a banca com um fardo pesado.
“Os preços das
casas em Portugal aumentaram em cerca de 20% em termos reais desde 2013, o que
compara com 7% na Zona Euro, atingindo máximos de 2009″, ou seja, antes da
crise que atirou Portugal para o pedido de assistência financeira no qual o FMI
participou. “É preciso monitorizar de perto os riscos do imobiliário”, alerta o
fundo no relatório da 6.ª Avaliação Pós-Programa.
Ainda não existem
dados oficiais sobre a evolução dos preços dos imóveis em 2017, mas a S&P
estima que o aumento tenha sido de 11%, antecipando que esta tendência se
mantenha, embora com menos ímpeto. Vê uma subida de 8,1% nos imóveis nacionais
este ano, prevendo ainda um abrandamento desse ritmo de subida para 7%, em
2019, e 6%, em 2020. A avaliação bancária, feita na altura da concessão de
crédito, subiu 5%.
"Os preços
das casas em Portugal aumentaram em cerca de 20% em termos reais desde 2013, o
que compara com 7% na Zona Euro.”
No relatório da
6.ª Avaliação Pós-Programa, o FMI nota que parte da subida dos preços seja
reflexo do apetite por parte dos estrangeiros, mas a outra reflete o
crescimento do crédito. “Enquanto parte do aumento poderá ser associado à
compra por parte dos não residentes, uma ‘fatia’ cada vez maior das transações
é financiada pelos bancos”, salienta. Dois anos depois, o saldo do crédito para
a compra de casa subiu em 2017.
“Ainda que o
recente aumento dos preços das casas não tenha sido fomentado pelo ciclo de
crédito, as autoridades de supervisão [o Banco de Portugal] devem manter-se
vigilantes e prontas para adotarem medidas macroprudenciais adicionais, caso
necessário, para prevenir o risco de aumento de malparado e fortalecer a
resiliência tanto dos bancos como das famílias”, destaca. O malparado continua
elevado, mas está a cair.
"Ainda que o
recente aumento dos preços das casas não tenha sido fomentado pelo ciclo de
crédito, as autoridades de supervisão [o Banco de Portugal] devem manter-se
vigilantes e prontas para adotarem medidas macroprudenciais adicionais.”
Na resposta das
autoridades nacionais a esta sexta avaliação são reconhecidos “os desafios do
sistema financeiro” e sublinham as medidas anunciadas recentemente pelo
regulador da banca. “À luz desta evolução, o Banco de Portugal anunciou a
introdução de medidas macroprudenciais numa base de recomendação”, refere.
Estas medidas passam pela imposição de limites a alguns dos critérios usados na
avaliação de solvabilidade dos clientes.
Em causa estão
três medidas preventivas da iniciativa do regulador a aplicar nos novos
contratos de crédito. Em concreto, a criação de limites para o rácio entre o
montante do financiamento face ao valor do imóvel que serve de garantia (LTV),
o estabelecimento de um teto máximo para o rácio entre os encargos com créditos
e o rendimento familiar, bem como uma limitação à maturidade dos empréstimos.
Ainda assim, as
autoridades nacionais sublinharam na sua resposta ao Fundo que não há indícios
de uma bolha no setor imobiliário: “nesta fase, não há indicações claras de
sobrevalorização do mercado imobiliário”. Contudo reconhecem que são
necessários “esforços para aumentar a cobertura e melhorar a qualidade da
informação sobre o mercado imobiliário, e é preciso fortalecer as ferramentas
analíticas”. Além disso, “os requisitos utilizados pelos bancos na concessão de
crédito também deve continuar a ser tidos em atenção”.
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