A mediocridade da intervenção no caso dos azulejos na Praça da Figueira.
Em artigo de
Opinião no Público afirmei que a cobertura da fachada por Azulejos constituía
um grave atentado de Leso-Património. (“A importância deste bloco deve-se ao
facto de ele constituir um arquétipo ainda intacto da primeira fase da
Reconstrução Pombalina.” https://www.publico.pt/2018/02/06/local/opiniao/azulejos-na-praca-da-figueira-um-grave-atentado-de-lesapatrimonio-1802052
)
Entretanto “ecos”
desta interpretação chegaram à Assembleia Municipal, através de uma
Recomendação apresentada pelo PPM, aprovada por maioria, que pedia à Câmara da capital o
"congelamento imediato" do projeto de revestimento das fachadas da
Praça da Figueira a azulejos. (Ver notícia em baixo )
Além de
inaceitável em Bloco Pombalino indivísivel na sua Unidade Patrimonial, bloco
este, que devia ser classificado como Monumento Nacional, a intervenção vista
numa perspectiva comparativa com outros revestimentos de azulejos do Sec. XIX e
XX, é totalmente medíocre e artísticamente péssima.
Assim basta ir
apenas ao pormenor de que as molduras das janelas não são desenvolvidas através
de azulejos mais estreitos, em contraste com o todo, mas meramente pintadas ...
António Sérgio
Rosa de Carvalho / OVOODOCORVO
LUSA
A deputada do PPM
Aline Hall de Beuvink defendeu que aquele revestimento "vai contra o plano
de pormenor da salvaguarda da baixa pombalina"
O Voo do Corvo.
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February 28 at
9:36am
A Assembleia
Municipal de Lisboa aprovou esta terça-feira por maioria uma recomendação
apresentada pelo Partido Popular Monárquico (PPM) que pede à Câmara da capital
o "congelamento imediato" do projeto de revestimento das fachadas da
Praça da Figueira a azulejos.
A recomendação
teve os votos contra de seis dos oito deputados independentes eleitos pelo PS,
a abstenção do PCP e os votos a favor dos restantes deputados.
Na sua
intervenção na reunião, a deputada do PPM Aline Hall de Beuvink defendeu que
aquele revestimento "vai contra o plano de pormenor da salvaguarda da
baixa pombalina".
"É um dos
melhores exemplares da arquitetura pombalina e um dos primeiros a ser
reconstruído após o sismo de 1755. É um edifício fundamental para a candidatura
a Património Cultural", afirmou.
Na recomendação,
é pedido à Câmara Municipal de Lisboa que "ordene o congelamento imediato
do projeto, que prevê o revestimento azulejar das fachadas da Praça da
Figueira, por este entrar em clara contradição com o Plano de Pormenor de
Salvaguarda da Baixa Pombalina", aprovado pela AML. O PPM considera que
este projeto é "um grave atentado de leso-património de efeitos
devastadores em toda esta zona nobre da cidade".
O texto, assinado
pela deputada Aline Hall de Beuvink, pede então que o município "transmita
à Assembleia Municipal a autoria e o projeto de reabilitação da Praça da
Figueira, para que a AML o possa analisar à luz do Plano de Pormenor de
Salvaguarda da Baixa Pombalina".
No início do mês,
o jornal Público avançou que "os donos dos prédios da Praça da Figueira
vão ser obrigados a colocar azulejos na fachada se quiserem fazer obras".
Atualmente, os azulejos azuis, brancos e cinzentos já cobrem a fachada do
quarteirão da Suíça, retomando um antigo projeto do arquiteto Daciano da Costa.
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