Imobiliárias
estimam subida de 40% nas rendas em Lisboa
08.05.2016 às
10h15
Arrendamento a turistas, com base em plataformas como a Airbnb, está a
inflacionar preços e a agitar o mercado. Cidades europeias já avançaram medidas
restritivas
CONCEIÇÃO ANTUNES
VÍTOR ANDRADE
Proprietários e
mediadores imobiliários - nomeadamente a APEMIP, que representa as agências de
todo o país, e a ERA, uma das maiores mediadoras do sector -, garantem que os
preços das rendas habitacionais em certas zonas de Lisboa dispararam entre 30%
a 40%, desde que as plataformas online para reserva de casas começaram a ser
mais utilizadas em 2014.
Alfama, Graça,
Baixa/Chiado ou Príncipe Real estão no centro das atenções dos turistas que
chegam a Lisboa sobretudo em voos de baixo custo, dispostos a não gastar
dinheiro em hotéis. O recurso a plataformas de reserva de casas como o Airbnb,
Wimdu ou 9Flats é cada vez mais frequente e os lisboetas já compram e recuperam
casas nos bairros históricos com um único objetivo: colocá-las no arrendamento
local ou de curta duração. A razão é simples: “Enquanto no arrendamento
tradicional se consegue uma taxa de rendimento da ordem dos 4% ao ano, no
arrendamento turístico chega-se facilmente a taxas de 10% ou até mais”, frisa
Miguel Poisson, presidente executivo da ERA. Explica que em Alfama, por
exemplo, já se vendem pequenas casas a mais de €4000 por metro quadrado, para
recuperar, exclusivamente para aquele fim, quando o valor médio da habitação
usada em Lisboa ronda os €1900/m2.
Ricardo
Guimarães, gestor do Índice Confidencial Imobiliário, confirma que naquele
bairro de Lisboa já se atingiram, inclusivamente, preços máximos da ordem dos
€4700/m2, sendo que em média se situam nos €3700/m2.
Miguel Poisson
nota que não se pode generalizar, mas diz que “há cada vez mais relatos de
casos como o de Alfama. No entanto, há uma grande disparidade de preços mesmo
dentro das zonas mais procuradas”.
Sem comentários:
Enviar um comentário