Rafael Nadal
compra quarteirão da Pastelaria Suíça
A Mabel Capital,
empresa espanhola participada pelo tenista Rafael Nadal, fechou a compra do
quarteirão da Pastelaria Suíça por 62 milhões de euros.
A Mabel Capital, empresa espanhola participada
pelo tenista Rafael Nadal, fechou a compra do quarteirão da Pastelaria Suíça,
em plena Praça do Rossio, em Lisboa. A notícia foi avançada pelo El
Confidencial no passado dia 3 de março e confirmada pelo jornal Expresso, que,
na sua edição deste sábado, indica o valor do negócio de venda dos quatro
edifícios: 62 milhões de euros. A Mabel Capital é representada em Portugal pela
JCKL Portugal – Investimentos Imobiliários, adianta o semanário. Fonte oficial
do anterior proprietário, a Sociedade Hoteleira Seoane disse ao jornal que a
venda foi concluída no dia 26 de fevereiro e também a Mabel Capital confirmou o
negócio. O El Confidencial tinha avançado com o valor de 74 milhões de euros.
Ainda assim, por 62 milhões de euros, os 12 mil metros quadrados de área dos
quatro edifícios, corresponde a mais de 5.000 euros por metro quadrado, adianta
o Expresso. Um montante superior aos cerca de 3.500 euros de anteriores
transações imobiliárias na mesma zona. A empresa espanhola terá de investir na
reabilitação e transformação dos quatro edifícios, que se encontram em ruínas
desde 2003, tendo a Câmara Municipal imposto obras coercivas, que estão em
curso. A Sociedade Hoteleira Seoane, dona e gestora dos hotéis Olissippo, em Lisboa
– Lapa Palace, Oriente, Marquês de Sá, Saldanha e Castelo -, comprou o
quarteirão da Pastelaria Suíça em 2003 e queria transformar todo o imóvel num
hotel de cinco estrelas.
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Quarteirão da
Pastelaria Suíça vendido por €62 milhões
10.03.2018 às
20h00
O imóvel foi vendido pela Sociedade Hoteleira
Seoane, dona dos hotéis Olissippo
O comprador foi a
empresa espanhola Mabel Capital, na qual participa o tenista Rafael Nadal
ANA BAPTISTA
Quando se chega à
Praça do Rossio, em Lisboa, há dois imóveis que saltam à vista: o Teatro
Nacional D. Maria II e o quarteirão da Pastelaria Suíça, chamado assim porque é
ali, na esquina com a Rua do Amparo, que aquele café está instalado desde 1922.
Foi esse emblemático quarteirão que, há duas semanas, foi vendido a uma empresa
espanhola chamada Mabel Capital, onde participa como investidor o tenista
Rafael Nadal e que em Portugal é representada pela JCKL.
“A venda foi
efetuada a uma sociedade de direito português de nome JCKL Portugal —
Investimentos Imobiliários, no dia 26 de fevereiro, no cartório do notário
Carlos Almeida, em Lisboa, pelo preço de €62 milhões, conforme consta da
escritura pública de compra e venda”, confirmou ao Expresso fonte oficial do
agora anterior proprietário, a Sociedade Hoteleira Seoane (SHS), numa resposta
enviada por e-mail. Também fonte da Mabel Capital confirmou a venda por via
telefónica.
Este montante
está longe dos €74 milhões que são referidos pelo jornal online espanhol “El
Confidencial”, que avançou com a notícia desta operação em primeira mão, mas o
mercado garante que foi muito vantajoso, pelo menos para o vendedor.
Se se assumir a
totalidade da área do imóvel, que é composto por quatro edifícios com frentes
para o Rossio e para a Praça da Figueira e que ocupa 12 mil metros quadrados,
terá sido vendido por mais de €5000 por metro quadrado. Mas, por norma, nestas
operações imobiliárias não se incluem as áreas técnicas (condutas elétricas,
por exemplo), ou seja, isso significaria que a área que entra para as contas
seria inferior e por isso o preço por metro quadrado poderia mesmo superar os
€6000.
Este valor está,
assim, muito acima dos cerca de €3500 que já se pagou por alguns dos imóveis
desta zona, ainda mais para um imóvel que se encontra em ruínas desde 2003 e
que terá de ser totalmente recuperado. Ou seja, a Mabel Capital terá ainda de
investir na reabilitação e posterior transformação dos edifícios.
Além disso, será
o novo proprietário a terminar as obras coercivas que a Câmara Municipal de
Lisboa obrigou a realizar e que estão em curso desde o final do ano passado.
“Os trabalhos, que visavam acautelar situações de segurança do prédio, estão
praticamente concluídos, cabendo a sua conclusão, agora, ao novo proprietário”,
afirma a Seoane. De facto, segundo explica fonte da autarquia ao Expresso, as
intervenções estavam relacionadas com segurança, porque “a cobertura estava a
cair e até já tinha pequenos arbustos”.
TRANSFORMADO EM
HOTEL?
A Sociedade
Hoteleira Seoane, que detém e gere os cinco hotéis Olissippo que existem em
Lisboa (Lapa Palace, Oriente, Marquês de Sá, Saldanha e Castelo), comprou o
quarteirão da Pastelaria Suíça em 2003. Na altura, os edifícios, que antes
tinham sido ocupados por escritórios e habitação, já estavam “num adiantado
estado de degradação” e a precisar de obras. Só as lojas de rua estavam
totalmente funcionais, como a Pastelaria Suíça, a Pérola do Rossio, a Casa da
Sorte e a Ourivesaria Portugal (do lado do Rossio) ou ainda a Casa do Bacalhau
e a Espingardaria, do lado da Praça da Figueira.
A ideia da Seoane
era, então, transformar todo o imóvel num hotel de cinco estrelas, e, a 8 de
abril de 2009, a empresa da família Seoane recebeu a aprovação por parte da
autarquia para ali fazer uma unidade com 106 quartos, duas salas de reuniões,
um health club com piscina, um restaurante e uma sala de chá. No piso -2
ficariam as áreas técnicas, no -1 o health club e a piscina, no piso 0 a
receção e restaurantes e nos pisos 1 a 4 os quartos. O projeto antigo, a que o
Expresso teve acesso, mantinha, pelo menos, a Suíça, já que a planta incluía as
cozinhas e os fornos onde a pastelaria faz os bolos.
A decisão da
Câmara — na altura liderada por António Costa — foi contestada pelo movimento
Cidadãos por Lisboa e pela vereadora Helena Roseta, mas depois acabou por nunca
andar para a frente, e, há cerca de um ano, a Seoane colocou o imóvel à venda
por “decisões de gestão do grupo”, segundo adianta ao Expresso.
Resta agora saber
se o projeto ainda está válido, uma vez que já passaram nove anos desde que foi
aprovado, e se a Mabel Capital vai avançar com ele e fazer o hotel. Na notícia
do “El Confidencial” refere-se que o uso a dar será, precisamente, hoteleiro e
comercial. O Expresso questionou a empresa e a autarquia, mas até à hora de
fecho desta edição não foi possível obter detalhes sobre o que ali vai ser
feito ou quanto vai custar mais.
RAFAEL NADAL
É UM DOS COMPRADORES
A Mabel Capital
pertence a Abel Matutes Prats e a Manuel Campos, dois promotores imobiliários
espanhóis, mas tem também como investidor o tenista Rafael Nadal, confirma a
empresa ao Expresso.
Segundo o “El
Confidencial”, até agora a Mabel apenas tinha investido em Madrid, onde tem,
por exemplo, o edifício de luxo com as casas mais caras da capital neste
momento, situado na Rua General Castaños. Este investimento em Lisboa é o
primeiro que é feito em Portugal e surge no seguimento do bom momento
imobiliário que o nosso país atravessa.
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